Com medo, Dentinho e outros brasileiros não pretendem voltar à Ucrânia
Os jogadores Dentinho, Alex Teixeira e Douglas Costa permanecem na Europa depois de terem se recusado e retornar à Ucrânia após o amistoso contra o Lyon, no sábado. Eles temem a segurança no país do leste europeu que passa por uma grave crise política. No último dia 17, um avião comercial com 298 pessoas a bordo foi abatido próximo à fronteira com a Rússia. Entre os que se recusaram a voltar está também o argentino Facundo Ferreyra, além dos também brasileiros Fred e Ismaily.
Para Dentinho, a decisão de cada um é individual. “Em primeiro lugar, gostaríamos de esclarecer, com base nas notícias divulgadas na data de hoje que em nenhum momento a nossa decisão em não nos apresentarmos, partiu de terceiros, procuradores, ou qualquer outra pessoa. Nossa decisão foi tomada em comum acordo exclusivamente com nossos familiares antes da nossa reunião em grupo com os brasileiros do time. Queremos esclarecer que não temos nenhum problema com o clube. Sempre nos apresentamos em outras temporadas, dentro das datas, respeitando rigorosamente o que havia sido combinado com os dirigentes. Porém, desta vez, em virtude dos conflitos no País, estamos com medo e não queremos colocar em risco a vida dos nossos familiares e as nossas também”, disse Dentinho.
Alex Teixeira falou que não está pensando em liberação ou negociação. “Neste momento, a maior preocupação que temos é com a segurança de todos nós e de nossas famílias. Respeito a decisão daqueles que resolveram se apresentar. Porém, nós procuramos os dirigentes e pedimos uma posição do clube. Já sabemos que o aeroporto de Donetsk está fechado. Demos a sugestão para treinarmos fora do país até tudo se acalmar. Primeiro a oferta do clube foi de morarmos em Carcóvia, algumas horas depois nos disseram que a decisão era a de mudarmos para Kiev. Isso, nos demonstrou muita insegurança com o planejamento. Onde iriam ficar nossas famílias, nossos filhos?”, indagou Alex Teixeira.
O jogador Douglas Costa também se colocou à disposição para treinar em qualquer localidade que não tivesse conflito.
“Quero esclarecer que não estou abandonando o clube. Estou com medo. Tudo o que a gente lê, vê ou ouve é de que a situação no país é bastante complicada. Não sabemos em quais condições podemos treinar e muito menos onde jogar. Para jogar precisamos viajar. Como vai ser nossa segurança? Não tenho nenhum problema no Shakhtar. Gosto do clube, das pessoas, da cidade, mas estou com medo de outras situações de conflito e eventualmente numa viagem, quando nos separarmos de nossos familiares, que aconteça algo pior. Lamento que tudo isso esteja acontecendo. Porém, neste momento, todos nós corremos risco de vida se estivermos na região. Conversamos com os dirigentes e nos propusemos a permanecer na Suíça para treinarmos enquanto essa situação seja resolvida. Queremos permanecer no clube só que precisamos ter uma condição de trabalho sem correr riscos”, desabafou.
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