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STF manda soltar executivo preso por revenda ilegal de ingressos da Copa

Ministro Marco Aurélio Melo concedeu liminar favorável a Raymond Whelan nesta terça-feira (05) - Osvaldo Praddo/Agência O Dia/Estadão Conteúdo
Ministro Marco Aurélio Melo concedeu liminar favorável a Raymond Whelan nesta terça-feira (05) Imagem: Osvaldo Praddo/Agência O Dia/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

05/08/2014 15h21

Preso desde 14 de julho de 2014, o executivo Raymond Whelan conseguiu decisão liminar favorável nesta terça-feira (05). O STF (Supremo Tribunal Federal) emitiu parecer que liberta o CEO da Match, empresa que é parceira exclusiva da Fifa para comercialização de camarotes e pacotes corporativos. Ele havia sido detido em operação sobre revenda ilegal de ingressos da Copa do Mundo de futebol.

A expectativa da defesa é que Whelan seja liberado ainda nesta terça-feira, mas isso depende de trâmites burocráticos. Depois da decisão liminar, o alvará de soltura ainda precisa ser expedido e entregue à Polinter (Delegacia de Polícia Interestadual).

Whelan foi detido pela primeira vez no dia 7 de julho, no hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. Ele foi identificado em operação que a Polícia Civil do Rio de Janeiro havia deflagrado uma semana antes.

No dia 1º de julho, a operação chamada Jules Rimet teve 11 pessoas presas por formação de quadrilha e revenda ilegal de ingressos da Copa do Mundo. Entre elas estava o franco-argelino Lamine Fofana, que foi apontado inicialmente como líder do grupo.

Quando Fofana foi detido, o investigador Vicente Barroso pegou o celular do franco-argelino e digitou o prefixo 96201, que é comum em todos os telefones usados pela Fifa no Brasil. O identificador de chamadas apontou um contato chamado "Ray Brazil", com quem o homem preso havia falado centenas de vezes.

A partir disso e de uma lista de telefones da Fifa, a polícia chegou a Raymond Whelan, apontado como o elo entre a quadrilha e a entidade que comanda o futebol internacional.

Horas depois da prisão, Whelan foi solto por causa de um habeas corpus. No dia 10 de julho, contudo, a Justiça determinou prisão preventiva dos suspeitos de integrar a máfia de ingressos da Copa, incluindo o executivo.

Whelan saiu pela porta dos fundos do Copacabana Palace e chegou a ser considerado foragido. Ele só se entregou no dia 14 de julho, quando foi preso novamente.

No dia 23 de julho, o ministro Ricardo Lewandowski, presidente em exercício do STF, pediu que a Justiça do Rio de Janeiro desse explicações sobre o processo contra Whelan e considerou que a situação parecia excepcional.

A decisão liminar desta terça-feira foi emitida pelo ministro Marco Aurélio Melo. A defesa ainda quer acesso total às provas e arquivamento das acusações.

“O ministro [Marco Aurélio Melo] mostrou que, mais do que a capacidade de organizar uma Copa do Mundo, temos uma constituição que deve ser respeitada e cumprida”, disse Fernando Fernandes, advogado de Whelan. "[Isso] finaliza a discussão sobre a saída de Raymond Whelan do Copacabana Palace. Não existe fuga contra ordem ilegal", completou.