CBF usa séries C e D para ampliar alcance geográfico de lobby do Proforte

O pedido já havia sido feito aos clubes das duas primeiras divisões do Campeonato Brasileiro, mas chegou na última terça-feira (05) aos times das séries C e D. Em reunião realizada na sede da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), a entidade tentou aproveitar a abrangência geográfica dessas competições e cobrou de dirigentes que ampliem o lobby para aprovação da lei de responsabilidade fiscal do esporte (LRFE).

Assim como havia acontecido com as duas primeiras divisões do futebol nacional, a CBF fez reunião com os clubes das séries C e D para discutir diferentes temas sobre a modalidade. Um dos assuntos abordados foi a LRFE, e a entidade pediu que dirigentes façam lobbys com parlamentares de seus Estados.

“A reunião serviu para mostrar a importância do projeto. Clubes que muitas vezes são os mais afastados podem conversar com deputados para ajudar na promoção do projeto. É um lobby que já vinha sendo feito por times das séries A e B, mas pode chegar a representantes de outros Estados”, disse Alexi Portela, ex-presidente do Vitória e membro da mesa diretora no encontro da CBF.

A LRFE é um dispositivo que refinancia dívida fiscal de clubes mediante a uma série de contrapartidas. Havia possibilidade de a lei ser votada na Câmara dos Deputados na última terça-feira, mas ela só deve entrar na pauta em outubro.

Atletas que fazem parte do Bom Senso FC estiveram na Câmara na terça-feira para fazer campanha contra a aprovação da lei nos atuais moldes – o grupo contesta as contrapartidas previstas e a falta de controle sobre elas. O deputado federal Romário (PSB-RJ) e o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-RN) têm apoiado a oposição ao dispositivo e ajudado no corpo a corpo com parlamentares.

CBF e clubes têm trabalhado em direção contrária. Apoiados por parlamentares ligados à chamada bancada da bola, entidade e cúpulas das equipes nacionais fazem lobby para aprovação da LRFE no atual formato.

Essa corrida aconteceu de forma intensa na terça-feira, mas seguirá até a lei entrar efetivamente em pauta de votação. Portanto, serão pelo menos mais dois meses de lobby de diferentes frentes.

“Não está sendo pedida nem vai haver anistia [das dívidas]. O Proforte terá como contrapartida a obrigação de os clubes pagarem dívidas fiscais e trabalhistas. O clube que não o fizer será punido com perda de pontos”, afirmou Marco Polo del Nero, presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol), que assumirá em 2015 o comando da CBF.