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Andrés cobra Bom Senso FC por mudanças também para os jogadores de futebol

Para Andrés, jogadores de futebol não podem ser adequados às regras da CLT - Rodrigo Capote/UOL
Para Andrés, jogadores de futebol não podem ser adequados às regras da CLT Imagem: Rodrigo Capote/UOL

Do UOL, em São Paulo

07/08/2014 20h55

Criado em 2013 para reunir demandas de jogadores de futebol, o Bom Senso FC tem sido o principal porta-voz de atletas no Brasil. O grupo estabeleceu prioridades como calendário e adoção de práticas de fair-play financeiro, mas também adotou postura atuante em discussões como a lei de responsabilidades fiscal do esporte (LRFE). E nesta quinta-feira (07), esse comportamento foi criticado por Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians. O dirigente disse que o coletivo chegou atrasado a algumas discussões e que precisa olhar também para os contratos dos próprios jogadores.

“O jogador de futebol tem de discutir, mas precisa ser uma discussão ampla, que aborde todos os pontos. A legislação deles, por exemplo. Jogador de futebol é regido pela CLT, trabalha todo fim de semana, fica 30 dias concentrado, e aí vem uma minoria que muda de clube e entra na Justiça. O cidadão sai do Corinthians, vai para o Flamengo e depois vem cobrar. A reformulação tem de ser profunda”, cobrou Andrés em entrevista à “ESPN Brasil”.

A tese do ex-presidente do Corinthians é que jogadores de futebol devem ser submetidos a uma legislação específica, que não seja balizada pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

“Na CLT o cara pode ficar dois anos sem férias, ou então tirar 20 dias e vender o resto. Você tem de ter direitos trabalhistas diferenciados. É urgente rever as leis trabalhistas de todo o esporte do país”, disse o ex-mandatário do Corinthians.

A cobrança por uma legislação específica foi usada por Andrés como exemplo do quanto o debate no futebol precisa ser mais amplo. O dirigente também usou essa lógica ao comentar a LRFE, que podia ter sido votada na terça-feira, mas não entrou na pauta da Câmara dos Deputados – ainda não há um cronograma oficial, mas a expectativa de parlamentares é que o dispositivo entre na pauta apenas depois das eleições.

O Bom Senso FC é abertamente contrário à aprovação da lei nos moldes atuais. O grupo contesta aspectos como as contrapartidas e a falta de um ente regulador para o cumprimento do mecanismo.

“Eles chegaram atrasados na discussão”, sentenciou Andrés. “Eles querem punir o dirigente, mas eu digo ao Bom Senso que a punição já existe. O que tem de ter é punição técnica: se tem salário atrasado, o time tem de cair de divisão ou perder pontos”, completou.