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Bom Senso ratifica crítica e diz que CBF "pensou no umbigo" em calendário

Bom Senso FC apresentou em março de 2014 uma proposta de calendário  - Reprodução
Bom Senso FC apresentou em março de 2014 uma proposta de calendário Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

07/08/2014 18h48

O Bom Senso FC ratificou nesta quinta-feira (7) as críticas ao calendário da temporada 2015, divulgado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) na última quarta. Em comunicado oficial, o grupo de atletas disse que a grade de jogos não foi reestruturada, mas “espremida”. Além disso, criticou a entidade por “pensar no próprio umbigo” ao estabelecer 25 dias de pré-temporada.

O comunicado oficial do Bom Senso FC foi dividido em sete pontos de crítica e um de “quase elogio” ao novo calendário. O tom reforça o que havia sido dito anteriormente ao UOL Esporte por Luis Filipe Chateaubriand, consultor do grupo, um dos responsáveis pela proposta de calendário divulgada em março pelo coletivo de atletas.

Veja abaixo o comunicado oficial do Bom Senso FC sobre a proposta de calendário da CBF:

Marin e Del Nero 7 x 1 Futebol Brasileiro
 
Aos 7:

1 - O calendário não foi reestruturado, foi apenas espremido. Com os campeonatos iniciando em 1º de fevereiro e terminando em 6 de dezembro, os clubes jogarão praticamente as mesmas datas em menos dias.

2 - Qualquer reestruturação significativa do calendário trataria de resolver a sua maior deficiência: a escassez de jogos dos clubes do interior. A maior parte dos clubes pequenos continua jogando menos de 20 partidas oficiais por ano, ao longo de pouco mais de três meses – o que significa desemprego para cerca de 12 mil jogadores de futebol.

3 - O formato de nenhuma das competições significativas foi alterado. Assim, um grande clube pode continuar fazendo inacreditáveis 84 partidas oficiais por ano, 43% a mais que qualquer clube alemão. Vale lembrar que o campeonato alemão tem média de público nos estádios três vezes maior que a nossa.

4 - Nas datas FIFA não há jogos de clubes, mas os há na véspera destas datas. Assim, a Seleção joga partidas das Eliminatórias da Copa do Mundo em terças-feiras e há jogos de clubes no Campeonato Brasileiro às quartas-feiras, por exemplo. Então basta torcermos para que nossos clubes não tenham jogadores de alto nível para não serem convocados, certo? Ou, em caso de tê-los, vemos o nosso campeonato enfraquecido sem a presença dos principais atletas em datas importantes. Ainda não entendemos como os patrocinadores e os próprios clubes admitem isso.

5 - O horário dos jogos continua fora da pauta. Vemos o metrô mudar os seus horários, mas não vemos a CBF zelar pelo bem daqueles que de fato sustentam o futebol, os torcedores. Conforme a audiência diminui, em breve veremos nossos campeonatos na sessão Coruja.

6 - Estabelece-se um limite de 65 jogos anuais por atleta em competições organizadas pela CBF e Federações. Esta é a famosa medida “me engana que eu gosto”. De onde veio este número 65, CBF? Quantos atletas disputaram mais que 65 jogos no ano passado? Já falamos algumas vezes: não se trata de limitar o número de jogos dos atletas; é preciso organizar o calendário em torno dos clubes. Deixar um atleta impedido de jogar não oferece tempo de treinamento para o aperfeiçoamento técnico e tático da equipe.

7 - Grande parte das rodadas do Campeonato Brasileiro continuam sendo em meios de semanas, quando seria mais interessante que todos elas, ou pelo menos a grande maioria, fossem em fins de semanas.

Ao 1:

1 - O quase mês de pré-temporada não foi inserido pensando na modernização do futebol brasileiro, qualificando-o tecnicamente, mas sim pensando no próprio umbigo, uma vez que a audiência do futebol no mês de janeiro tem caído vertiginosamente.

Bom Senso Futebol Clube
Por um futebol melhor para todos