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Pivô de queda, Heverton processa Lusa por danos morais e pede R$ 13 milhões

11.jan.2013 - Heverton, meia da Portuguesa, faz treino físico na pré-temporada de 2013 - Rivaldo Gomes/Folhapress
11.jan.2013 - Heverton, meia da Portuguesa, faz treino físico na pré-temporada de 2013 Imagem: Rivaldo Gomes/Folhapress

Pedro Lopes

Do UOL, em São Paulo

16/08/2014 06h00

Peça central no episódio que rebaixou a Portuguesa para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro, o meia Heverton decidiu processar o clube por danos morais. O jogador pede indenização de R$ 13 milhões por entender que o episódio de dezembro de 2013 atrapalhou a carreira dele.

O jogador alega que foi apontado como culpado pela queda do clube, ficando com sua reputação marcada pelo episódio de 2013. Por isso, teria perdido oportunidades e espaço no mercado. Uma audiência sobre o caso está marcada para o dia 4 de setembro.

“A indenização é descabida. A Portuguesa nunca considerou que o Heverton fosse culpado de nada. Tanto é que existe uma investigação interna no clube sobre o caso”, disse José Luiz de Almeida, vice-presidente jurídico da equipe rubro-verde.

A investigação acontece em duas frentes: o Ministério Público de São Paulo realiza um inquérito civil, e uma comissão disciplinar investiga o caso dentro do clubes. Os principais alvos são o ex-presidente Manuel d aLupa, o ex-diretor jurídico Valdir Rocha e o advogado que defendeu o jogador, Osvaldo Sestário. Até agora, porém, não há provas de que alguém tenha agido com má intenção.

Heverton entrou no segundo tempo de um empate sem gols entre Portuguesa e Grêmio, válido pela última rodada do Campeonato Brasileiro de 2013. No entanto, o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) considerou que o meio-campista estava em situação irregular e puniu a equipe rubro-verde, que perdeu quatro pontos e por isso foi relegada à Série B.

O caso deflagrou intensa disputa nos tribunais. Heverton havia sido expulso em jogo contra o Bahia e tinha cumprido suspensão automática na partida seguinte, diante da Ponte Preta. Na sexta-feira que precedeu o duelo com o Grêmio, o STJD deu pena de duas partidas ao meia. Portanto, ele não poderia ter entrado em campo no domingo.

Inicialmente, a Portuguesa alegou que o advogado que representou o clube no STJD não havia transmitido a informação da suspensão de Heverton. Depois, usou como argumento a falta de publicidade da decisão – o site da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) só divulgou na segunda-feira o resultado do julgamento.

O imbróglio jurídico decorrente disso tornou insustentável o clima para Heverton na Portuguesa. Em janeiro de 2014, o meia trocou o clube paulista pelo Paysandu, que está na terceira divisão do Campeonato Brasileiro.

Em abril, o presidente do Paysandu, Vandick Lima, chegou a anunciar a aposentadoria de Heverton. Dias depois, porém, o jogador desmentiu a história. “Foi tudo um mal entendido. É muito cedo para tomar essa decisão”, afirmou o meio-campista de 28 anos ao canal fechado “Sportv”.

Ainda em abril, Heverton teve apendicite e precisou ser submetido a intervenção cirúrgica. O jogador ficou afastado por dois meses. Quando voltou, o meio-campista foi pouco aproveitado no Paysandu até a contratação do técnico Mazola Júnior, que deu ao atleta o status de titular absoluto.

No último domingo (10), em jogo contra o Águia, Heverton sofreu uma fratura no nariz em jogo contra o Águia. Ele desfalcou o Paysandu na quarta-feira, contra o Coritiba, e ainda não tem previsão de retorno à equipe.