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Santos perde 'homem forte' e presidente é o único sobrevivente da Era Laor

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

24/09/2014 06h00

O Comitê Gestor do Santos perdeu nesta semana o seu integrante mais importante, José Berenguer, presidente do Banco JP Morgan no Brasil. O banqueiro era o principal responsável pelas finanças do clube e pediu para deixar o colegiado, que terá agora oito integrantes. Com a saída de Berenguer, o atual presidente do clube, Odílio Rodrigues Filho, passa a ser o único remanescente da Era Laor, como é conhecido o ex-presidente Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro.

O Comitê Gestor foi formado em 2012, mas Berenguer está desde o fim de 2009, quando Laor ganhou as eleições contra Marcelo Teixeira, que reinou absoluto no Santos de 1999 a 2009. No início da Era Laor, o clube era administrado pelo chamado Grupo Guia, grupo de executivos que dava apoio à presidência.

A cúpula que viveu a melhor fase do Santos nos últimos anos, conquistando o Campeonato Paulista, a Copa do Brasil e a Copa Libertadores da América, era formada por Álvaro Simões, presidente da construtora Inpar na ocasião; José Berenguer, vice-presidente executivo do Banco Santander na época; Eduardo Vassimon, membro do conselho do Banco Itaú em 2010; Walter Schalka, presidente da Votorantim Cimentos no mesmo ano; Antonio Fadiga, publicitário, e Luis Lucas, advogado.

Além do Grupo Guia, Berenguer permaneceu à frente do Santos quando o estatuto foi alterado e o clube passou a ser administrado oficialmente pelo Comitê Gestor em 2012. Na época, o grupo era formado por Luis Alvaro, Odílio Rodrigues, Luciano Moita, Alvaro de Souza, Caio de Stefano, Pedro Luiz Nunes Conceição, Augusto Videira, Luiz Fernando Vendramini Fleury e José Berenguer.

“Ele era muito forte (José Berenguer). Ele vinha segurando as pontas no clube. Como outros, saiu aborrecido. Ele era responsável pelas negociações bancarias do Santos, com a televisão. Ele foi importante na dívida do clube com ex-presidente Marcelo Teixeira, ajudou a melhorar as taxas bancarias. Era muito influente”, afirmou José Rubens Marino, ex-diretor do Santos e um dos conselheiros mais respeitados do clube.

A formação de 2012 não teve o mesmo sucesso e iniciou um “racha” na situação, que hoje formam três chapas pré-definidas e com a chance de criação de mais, para concorrerem à eleição deste ano.

Em 2013, a crise política se instalou de vez. Luis Alvaro voltou informalmente demitido da Espanha após a goleada sofrida para o Barcelona por 8 a 0. Com isso, Laor perdeu a sintonia com Odílio Rodrigues e se aliou a Fernando Silva, ex-superintendente de futebol e possível candidato as eleições de 2014.

Odílio Rodrigues não ficou sozinho. Ele faz parte da chapa “Eu sou Santos”, sem candidato definido, já que estatutariamente o atual presidente não pode se reeleger. Além dos atuais membros do Comitê Gestor - Luiz Claudio de Aquino Barroso Pereira (Vice-presidente), Alexandre Daoun, Francisco Cembranelli, José Berenguer, José Paulo Fernandes, Julio Peralta, Ronald Luiz Monteiro e Thiers Fleming, o atual presidente ainda conta com o apoio de ex-integrantes – casos de Pedro Luiz Nunes Conceição, Caio de Stefano e Luciano Moita.

A eleição de 2014 promete ser uma das mais disputadas da história do Santos. Além do grupo de Laor e Fernando Silva, existem mais quatro grupos de oposição (Terceira Via Santista, Tradição Santista, Santo Sempre Santos e Resgaste Santista).