Presidente lamenta rigor e Grêmio vai 'fiscalizar' STJD sobre discriminação
O presidente do Grêmio, Fábio Koff, se manifestou após o julgamento que manteve o clube fora da Copa do Brasil, mesmo trocando a pena de exclusão para perda de pontos, por conta dos atos racistas contra o goleiro Aranha, do Santos, no duelo do dia 28 de agosto. Segundo ele, a aplicação foi muito rigorosa e pressiona por igual punição em casos semelhantes de injúria.
"Em primeiro lugar, houve uma decisão unânime no Tribunal. Temos que respeitar. Se é justa ou não, do ponto de vista da consciência popular e do senso comum, vamos aguardar outros inquéritos que estão aí de discriminações previstas na lei, se serão jugados com o rigor que o Grêmio foi julgado. Porque o Grêmio teve pena preventiva, não houve inquérito, e foi punido rigorosamente. Se isso indica que os outros expedientes que aguardam julgamento de outros clubes vão merecer o mesmo tratamento. Veremos. Se não houver, vou dizer que foi injusta. Até lá não vou me manifestar sobre a decisão", disse Fábio Koff.
O Pleno do STJD alterou a punição em julgamento nesta sexta-feira. A exclusão da Copa do Brasil foi alterada para perda de 3 pontos. Como foi derrotado no duelo de Porto Alegre por 2 a 0, o time gaúcho ficou impossibilitado de reverter o placar, por isso sequer o jogo de volta será disputado.
"Me parece que careceu de fundamentos jurídicos. Me preocupa quando o julgador começa o voto na primeira pessoa. O julgamento não é de consciência individual, mas jurídica. Não tem que pensar, tem que responder à lei. O Grêmio vai sobreviver a este revés. É muito grande. É maior que episódios dessa natureza. Foi um rigor que nunca vi. Não houve inquérito. A polícia está procurando os responsáveis. O Grêmio foi julgado preventivamente. Por que só o Grêmio? Aguardemos os outros", completou.
Segundo o mandatário, ainda, o Grêmio não irá à Fifa e aguardará fiscalizando o resultado de outros julgamentos de injúrias para considerar justa ou injusta a decisão.
"No que tange a pretensão do Grêmio, sim, saio decepcionado. No que tange o que o Grêmio vai fazer, absolutamente nada, vamos aguardar. Se não punirem os outros, será injusto", completou.
"O esforço foi grande. O julgamento foi mais técnico, se tem que reconhecer. O Grêmio não concorda. É uma pena pesada, um precedente perigoso. Temos que analisar se os demais casos serão analisados assim. Homofobia é igual ao racismo. Se há este tipo de caso, precisa ter o mesmo rigor", cobrou o advogado do clube, Gabriel Vieira.
Com isso, o clube gaúcho não admite forçar a disputa do segundo jogo, mas garante acompanhar de cima todas ações do Tribunal em casos de discriminação. "Temos que ver se teremos o mesmo rigor com outras agremiações. No final de semana tivemos atos de homofobia de torcedores de dois clubes. Vamos ver se o Tribunal vai julgá-los. E se julgar, o mínimo que se espera é a retirada de três pontos, no Campeonato Brasileiro", concluiu o advogado.
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