Gremista acusada de racismo dá 'bolo' em evento contra o preconceito em BH
Uma das principais atrações do painel “Conquistando o inimigo”, realizado na noite deste sábado em um shopping popular no Centro da capital mineira, a torcedora gremista Patrícia Moreira, que proferiu insultos racistas contra o goleiro Aranha, não compareceu ao evento que contou com a presença do volante Tinga, do Cruzeiro, e o ex-jogador Dadá Maravilha, ídolo do Atlético-MG.
Patrícia, que havia confirmado participação no painel, enviou mensagem aos organizadores justificando sua ausência no evento. “Não poderei participar do painel proposto neste sábado, pois o escritório de advocacia que cuida do meu caso precisará se reunir comigo nesse final de semana para tratar detalhes do meu processo, o que me impossibilitará de sair de Porto Alegre”, dizia a mensagem.
O debate fez parte do Festival Nacional Sem Preconceito, que aconteceu no Shopping Uai, no centro de Belo Horizonte, na sexta-feira e no sábado. A proposta dos idealizadores era de debater o preconceito no futebol com a presença de Tinga, que já foi vítima de racismo, e Patrícia, que se tornou a principal personagem das injúrias raciais ao goleiro Aranha.
A cerimônia foi mediada por Manoel dos Santos, presidente da Central Única de Favelas (CUFA) do Rio Grande do Sul, e ainda contou com a presença do presidente da CUFA-MG, Francislei Henrique, e o cientista político Dalmir Francisco, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que chegou a criticar Patrícia e os outros torcedores do time gaúcho.
“Não temos que ter dó da dona Patrícia e nem do Grêmio, que há mais de 20 anos insultam jogadores negros. Temos que parabenizar o Aranha que sustentou tudo, inclusive disse que não tinha nada contra a moça, mas tinha cometido um crime de racismo e tem que pagar”, afirmou o professor.
Já Dadá Maravilha se mostrou solidário ao Grêmio e foi contra a punição que causou a eliminação na Copa do Brasil. “Não concordo, o clube não pode pagar por erro de pessoas que não tem nada a ver com o clube dentro de campo. O torcedor que chama o jogador de macaco que tem que ser punido, não o clube, é uma coisa imbecil isso”, ressaltou.
O volante Tinga, que viveu situação semelhante durante a Libertadores, em jogo contra o Real Garcilaso, no Peru, quando foi hostilizado praticamente por todo o estádio, evitou falar sobre o caso e emitir uma opinião quanto à punição ao clube.
“É muito relativo. Se fosse falar pelo lado dos jogadores, sei que eles não tem nada a ver com isso, não se planejaram para isso. Minha luta não é para punir alguém é para construir”, disse o meio-campista cruzeirense.
Ele tem se engajado nesses eventos contra o preconceito desde que vivenciou isso na pele e está ainda mais atuante após a fratura que sofreu na tíbia e na fíbula da perna direita. O jogador já está em trabalho de fisioterapia, mas só poderá voltar aos gramados no ano que vem.
“Sempre fui convidado para esses eventos, não dava era para conciliar com futebol, que tem jogo todo final de semana. Como teve essa lesão, infelizmente, aí abriu esse tempo. Hoje tenho espaço para fazer o que nunca tive tempo de fazer”, destacou o volante do Cruzeiro.
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