Boleiro, Zinho 'segura' elenco na mídia sobre crise financeira do Santos
O gerente de futebol do Santos, Zinho, teve papel fundamental para evitar que a crise dos salários atrasados ganhasse mais proporção na mídia. O ex-meia, campeão mundial em 1994 pela seleção brasileira, conhece a “linguagem dos boleiros” e é bastante respeitado pelos atletas.
Por conta disso, Zinho foi o responsável por intermediar as negociações entre elenco e diretoria. Os atletas estavam bastante irritados com o atraso de dois meses de direitos de imagem (maior parte) e um mês na CLT (Consolidação das Leis de Trabalho), popularmente conhecida como carteira profissional, além de premiações.
Os jogadores só não desabafaram e mostraram indignação com o fato publicamente devido aos conselhos de Zinho.
"Eu acho que a diretoria cumpriu aquilo que prometeu aos atletas. Eu pedi ao presidente (Odílio Rodrigues) que ele fosse lá. Sem demagogia, houve comportamento profissional, não teve comportamento agressivo. Entenderam o momento de dificuldade. Já fui atleta, já passei por isso e sei como funciona. O Odílio foi ao clube, conversou olho no olho com alguns atletas, escolhidos por mim. O Odílio bateu um papo, expôs a situação do momento. Hoje estão em dias os salários", afirmou Zinho.
Os salários atrasados foram quitados na última quarta-feira, antes da vitória do Santos contra o Botafogo por 3 a 2, no estádio do Maracanã, pelas quartas de final da Copa do Brasil. Foram cerca de R$ 20 milhões para quitar a divida. Zinho fez questão de dizer que os atletas não vencerem porque o ordenado estava em dia.
“Mas não foi isso que fez o time ganhar, vencer, eles já tinham vencido o Goiás e não tinha sido pago ainda. Eu fui atleta como eles. Vamos sendo verdadeiros, graças a Deus foi resolvido. Espero que possa acontecer nos próximos (pagamentos em dia)”, disse.
O Santos enfrenta problemas financeiros neste ano. O atraso salarial dos dois últimos meses não foi novidade no clube. No primeiro semestre, próximo à final do Campeonato Paulista, entre Santos e Ituano, a diretoria atrasou o pagamento dos direitos de imagem de março e abril, e também de premiações.
Para amenizar a crise financeira e fazer caixa, a diretoria santista tenta negociar alguns jogadores. O argentino Patito Rodríguez é o primeiro da lista. Os dirigentes já conversam com um clube do exterior e esperam lucrar quase R$ 3 milhões com a transação. A cúpula alvinegra também não descarta negociar Geuvânio e até Gabriel Barbosa, que renovou contrato recentemente.
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