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Conduta e língua afiada deixam Sheik sem espaço no Botafogo e Corinthians

Bernardo Gentile e Gustavo Franceschini

Do UOL, no Rio de Janeiro

07/10/2014 06h00

Os torcedores precisam de poucos minutos em campo para se admirarem com Emerson Sheik. Por onde passou, o polêmico atacante sempre teve a torcida ao seu lado. Entretanto, essa não é a única característica. O jogador também tem a facilidade de desagradar diretorias dos clubes em que passa por conta de sua conduta no dia a dia e língua afiada. O resultado é que ele está sem espaço no Botafogo e Corinthians e ainda não sabe qual será o futuro de sua carreira.

Após um início avassalador no Botafogo, Emerson rapidamente caiu nas graças da torcida, que até criou uma música pornográfica em sua homenagem. Entretanto, as frequentes crises vividas pelo clube de General Severiano fizeram com que o atacante aflorasse seu lado polêmico. Seus salários estavam e dia, já que são pagos integralmente pelo Corinthians, mas ele se viu na obrigação de criticar.

As polêmicas entrevistas tiveram início para não mais cessarem. Além disso, a conduta interna de Sheik era desafiadora: "Não gostou do que falei? Me manda embora, não mandei ninguém me contratar", falava o atacante nos corredores em alto e bom som para que qualquer um pudesse ouvir.

Parte da diretoria estava muito insatisfeita com algumas dessas atitudes, mas aceitava o jogador já que ele mantinha o bom desempenho dentro de campo. Porém, a queda de rendimento apresentada nos últimos jogos aumentou o desgaste que chegou ao limite na partida contra o Bahia, pelo Brasileiro.

Na oportunidade, Sheik se desentendeu com a arbitragem e procurou uma das câmeras de televisão para reclamar da CBF. O Botafogo viu o ato de forma negativa e ficou com medo de represálias da entidade máxima do futebol brasileiro. Nem mesmo a absolvição do STJD no episódio mudou a decisão do Alvinegro em abrir mão do atleta.

Junto de Sheik foram os seus amigos mais próximos. Edílson teve áspera discussão com um membro da diretoria. Ele estava inconformado com o fato de ter que pagar seus próprios remédios, o que gerou um acentuado bate-boca. Bolívar, por sua vez, era visto como influência negativa e integrou a barca junto com Julio César, pelo mesmo motivo.

A situação de Sheik no Botafogo é muito parecida com o que ele viveu no Corinthians. Assim como o Alvinegro carioca, o paulista veta um possível retorno do atacante. Para piorar, a diretoria do Parque São Jorge não foi consultada sobre a demissão do atleta pelo clube de General Severiano e espera que as partes resolvam a situação entre si.

Além disso, a relação de Sheik no Corinthians ficou muito desgastada. Ao deixar o clube ele não criticou apenas o desafeto Mano Menezes, mas a diretoria como todo. Nem mesmo os companheiros de clube ele se despediu, o que criou algumas insatisfações no elenco.

Isso quer dizer que até o final do ano, o Botafogo terá que abrir as portas para Sheik manter a forma no clube, já que o Corinthians só pensará no que fazer com o atacante a partir de dezembro, quando acabará o empréstimo com os cariocas. A diretoria de General Severiano foi pega de surpresa e que resolverá o assunto internamente antes de se pronunciar.

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