Neymar dá show, faz quatro gols em 'freguês', e Brasil goleia o Japão
Um show de Neymar. Foi assim o quarto jogo da seleção brasileira depois da Copa do Mundo de 2014, nesta terça-feira (14), no National Stadium, em Cingapura. O camisa 10 marcou quatro gols numa partida pela primeira vez com a camisa da equipe nacional e decidiu a vitória por 4 a 0 sobre o Japão em partida amistosa.
Foi o quarto jogo de Neymar contra o Japão, e o atacante confirmou nesta terça-feira (14) um histórico extremamente favorável no confronto. Ele agora soma oito gols contra o rival asiático.
Aos 22 anos, Neymar já tem 40 gols pela seleção brasileira principal. Ele se tornou nesta terça-feira (14) o quinto maior artilheiro da equipe nacional (contando apenas partidas oficiais). Um jogador não balançava as redes quatro vezes numa partida do time canarinho desde 2000, quando Romário atingiu esse feito em partida contra a Venezuela.
A vitória sobre o Japão foi a quarta da seleção brasileira em quatro partidas desde a Copa de 2014. O técnico Dunga assumiu o comando da equipe após o Mundial e conseguiu montar um time sólido, que já anotou oito gols e ainda não foi vazado.
Fases do jogo: Na escalação, o Brasil teve apenas uma alteração em relação ao time que bateu a Argentina (Gil substituiu o zagueiro David Luiz, machucado). Em campo, porém, o time comandado por Dunga mudou muito. Ao contrário do que havia feito no Superclássico, a seleção marcou por pressão e controlou a bola desde o início.
Outro ponto diferente foi a participação de Neymar. Depois da partida contra a Argentina, o camisa 10 admitiu que “ficou devendo” por causa dos gols perdidos. Nesta terça-feira (14), a seleção brasileira começou jogando no ritmo dele. O atacante do Barcelona apresentou repertório de dribles, arrancadas e passes de efeito. Aos 16min, ainda cobrou uma falta por cima da barreira e acertou a trave direita do goleiro Kawashima.
Os 51 mil espectadores que compraram ingressos para o amistoso em Cingapura acompanhavam o ritmo de Neymar. Houve gritaria nas primeiras vezes em que o camisa 10 pegou na bola, e o alarido virou explosão aos 17min do primeiro tempo. O atacante recebeu lançamento rasteiro de Diego Tardelli no meio, cortou Kawashima para a direita dentro da área e completou de pé direito para o gol aberto.
O gol resolveu algo que podia ter sido um problema para o Brasil: encontrar espaços na defesa do Japão, montado por Javier Aguirre num 4-1-4-1 extremamente cauteloso. Em vantagem, o time sul-americano assumiu totalmente o controle da partida e passou a trocar passes sem ser incomodado – algo que não havia acontecido na vitória sobre a Argentina. No entanto, com a posse de bola veio a lentidão.
Neymar ainda teve uma boa chance aos 20min, quando invadiu a área pela esquerda e bateu cruzado para fora. No restante do primeiro tempo, porém, as oportunidades mais claras foram criadas pelo Japão, que era mais agudo.
No intervalo, Dunga começou a mexer no time. Danilo, Oscar e Willian foram substituídos por Mário Fernandes, Éverton Ribeiro e Philippe Coutinho. Foi o jogador do Liverpool que roubou uma bola aos 3min e lançou de pé esquerdo para Neymar. O atacante do Barcelona avançou livre, invadiu a área e tocou no canto esquerdo de Kawashima pra fazer 2 a 0.
Depois do gol, Dunga trocou Diego Tardelli por Robinho e deixou o Brasil ainda mais leve. O time passou a deixar a bola um pouco mais com o Japão e apostou nos contragolpes. Neymar, Philippe Coutinho e o próprio Robinho perderam boas chances para ampliar a vantagem no segundo tempo.
Só que o show de Neymar ainda não estava completo. O camisa 10 marcou mais duas vezes (aos 31min, após rebote de Kawashima, e aos 35min, quando completou de cabeça um cruzamento de Robinho). Era o que faltava para a torcida no National Stadium explodir em gritos com o nome do brasileiro.
O melhor: Neymar. Dois gols, uma bola na trave, jogadas de efeito e muita movimentação: não faltou nada para Neymar contra o Japão. Dizer que o camisa 10 é a principal referência técnica da seleção não chega nem a ser uma novidade, mas ele mostrou que estava inspirado nesta terça-feira (14).
O pior: Shiotani. O zagueiro japonês simplesmente não conseguiu achar Neymar em campo no National Stadium. O brasileiro teve vantagem em todos os duelos contra ele.
Toque dos técnicos: Dunga montou dois times totalmente diferentes contra o Japão. No primeiro tempo, com a base que havia batido a Argentina, o Brasil teve cadência, posse de bola e muitas trocas de posição. Depois do intervalo, o técnico chegou a ter Éverton Ribeiro pela direita, Philippe Coutinho pela esquerda, Robinho como segundo atacante e Neymar na frente. Era um time mais lépido, que deu a bola ao Japão e apostou nos contragolpes.
Javier Aguirre usou um 4-1-4-1 bem delineado durante todo o jogo. A ideia inicial era tirar os espaços dos volantes brasileiros – Elias e Luiz Gustavo sempre tinham marcadores próximos –, mas faltou pressionar a bola.
Para lembrar:
Estreante I. O zagueiro Gil fez nesta terça-feira (14) a primeira partida como titular da seleção brasileira. O defensor do Corinthians só havia entrado no segundo tempo da vitória sobre a Argentina e ficou com a vaga de David Luiz, que estava suspenso.
Estreante II. O jogo contra o Japão foi ainda mais especial para o volante Souza. Convocado pela primeira vez para a seleção principal, o meio-campista do São Paulo entrou no lugar de Luiz Gustavo no segundo tempo e disputou seus primeiros minutos pela equipe nacional.
Histórico. A vitória confirmou um retrospecto extremamente favorável do Brasil em duelos com o Japão. Em 11 confrontos, o time sul-americano tem agora nove triunfos e dois empates.
Barulho. O National Stadium estava lotado no amistoso entre Brasil e Japão. Houve gritaria em lances individuais, em jogadas agudas e até em substituições. E sabe quais foram os momentos de maior furor? A entrada de Kaká, aos 29min, e uma cabeçada no travessão que ele acertou no minuto seguinte, no primeiro toque na bola.
Segunda vez. O jogo desta terça-feira (14) foi o segundo de futebol na história do National Stadium. Inaugurado em 2014, o aparato só havia sido usado para a modalidade em agosto, num amistoso entre a Juventus e a seleção de Cingapura.
JAPÃO X BRASIL
Data: 14/10/2014 (terça-feira)
Local: estádio Nacional de Cingapura, Cingapura
Árbitro: Ahmad A'Qashah (Cingapura)
Auxiliares: Lim Kok Heng e Ong Chai Lee (Cingapura)
Gols: Neymar, aos 17min do primeiro tempo, aos 3min, aos 31min e aos 35min do segundo tempo
Japão
Kawashima; Sakai, Shiotani, Morishige e Ota; Taguchi; Kobayaski, Shibazaki (Suzuki), Tanaka (Hosogai) e Morioka (Honda); Okazaki (Muto)
Técnico: Javier Aguirre
Brasil
Jefferson; Danilo (Mário Fernandes), Gil, Miranda e Filipe Luís; Luiz Gustavo (Souza), Elias (Kaká), Oscar (Philippe Coutinho) e Willian (Éverton Ribeiro); Neymar e Diego Tardelli (Robinho)
Técnico: Dunga
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