Coadjuvantes não repetem 2013 e Cruzeiro fica mais dependente de estrelas
O Cruzeiro campeão brasileiro do ano passado chamava a atenção pelo aspecto coletivo e pelo destaque de vários jogadores ao mesmo tempo. A situação mudou. O time de 2014 está mais dependente das individualidades. Sem poder contar com Ricardo Goulart e Everton Ribeiro, a equipe caiu de produção e vem de duas derrotas seguidas. Isso também pode ser explicado pela queda de produção dos ‘coadjuvantes’.
Além de Goulart e Ribeiro, que se destacaram ainda mais este ano e chegaram até a seleção brasileira, outro jogador que atravessa grande fase é o centroavante Marcelo Moreno, que é o artilheiro do Brasileirão com 13 gols. Esse trio tem sido responsável pela grande maioria dos gols cruzeirenses e tem concentrado o poder do ataque celeste.
No Campeonato Brasileiro, por exemplo, os três marcaram 28 dos 51 gols no Brasileiro, cerca de 55% do total. Se levar em conta também as assistências, eles tiveram participação direta em 67% dos tentos marcados, aproximadamente dois terços. Prova da dependência é que nas últimas duas partidas sem dois dos três pilares, o ataque acabou passando em branco.
Se comparado a essa mesma altura do Brasileirão do ano passado, é perceptível que o ataque celeste era mais ‘democrático’ e eficiente, com os gols divididos por um número grande de atletas. O time de 2013 anotou 58 tentos após 28 rodadas com 17 jogadores diferentes. Já na edição atual são 51 gols marcados por 14 atletas.
Outro indício que aponta para isso, é que oito atletas já tinham balançado a rede mais que cinco vezes, em 2013, enquanto neste ano apenas Goulart e Moreno superaram esse número de gols. Everton Ribeiro e Júlio Baptista, com quatro, vem logo em sequência na artilharia com quatro tentos.
Dentre os atletas que costumavam balançar a rede com frequência na temporada passada, estavam nomes como Nilton, Willian e Borges, que não conseguiram engrenar neste Brasileirão. O volante, que foi um dos destaques na campanha do tricampeonato, caiu de produção e virou reserva de Henrique.
O mesmo aconteceu com o atacante Willian. Depois de chegar durante a competição, rapidamente se encaixou na equipe e foi outro destaque, virando xodó da torcida. Já neste Brasileirão fez apenas um gol, amarga jejum de 15 jogos e o desempenho caiu drasticamente desde a renovação do contrato.
Borges, por sua vez, conviveu com muitas lesões e não consegue repetir nem de longe a temporada passada. Ele jogou apenas nove jogos no Brasileirão e fez dois gols. Em 2013 foi o artilheiro da equipe na competição com 10 e também na temporada, com 19.
Isso sem contar outros reservas que destacaram em alguns momentos da competição, como os atacantes Vinícius Araújo e Luan. O próprio meia-atacante Júlio Baptista teve um início muito bom, fazendo gols importantes em jogos decisivos contra Vasco e Botafogo, por exemplo, além de Dagoberto que retomou a titularidade na reta final.
Já neste ano, os coadjuvantes têm brilhado pouco durante os jogos. Além da má fase de Willian e Dagoberto, Marquinhos e Marlone não empolgam. O jovem Alisson é quem tem conseguido render mais neste momento. Júlio Baptista também foi importante em alguns jogos, mas está fora por lesão. Os volantes não se destacam tanto como em 2013 e nem os laterais. A zaga, por sua vez, vem cometendo mais falhas.
O jogo diante do ABC, nesta quarta-feira, às 22h, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, é uma boa possibilidade para esses jogadores darem uma reposta. Ainda com desfalques, o técnico deverá poupar alguns atletas e dar novas chances para Willian, Nilton e Borges, por exemplo.
O lateral direito Ceará, que também deve ganhar nova chance entre os titulares, destaca a necessidade de recuperação após os últimos tropeços. “Precisamos conversar para ajustar algumas coisas. Sabemos da realidade do Cruzeiro que continua muito boa ainda, porque permanecemos na liderança do Brasileiro. Temos uma chance clara de classificar na Copa do Brasil. Todo mundo está concentrando nesse desafio contra o ABC”, ressaltou.
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