Conheça a mulher mais poderosa do futebol mundial
Um dos maiores símbolos da história do Chelsea, o zagueiro e capitão John Terry passou por um processo complicado de renovação contratual no primeiro semestre de 2014: as conversas se prolongaram e demoraram para atingir uma definição. Em um momento crítico da renovação, o jogador recebeu a proposta e ouviu de um dos interlocutores de Romam Abrahmovic, dono do clube: "aceite ou caia fora daqui". A autora da frase foi a russa Marina Granovskaia, agora credenciada como a mulher mais poderosa do futebol mundial.
Esse status, obviamente, já existia antes das negociações com Terry - o jogador decidiu aceitar e fechou por mais um ano com o Chelsea. O episódio é apontado pela imprensa inglesa como exemplar para descrever o estilo da dirigente: educado, porém firme. Agora, ela assume a posição central na diretoria do clube, com a confirmação da saída do executivo-chefe, Ron Gourlay. Nascida na Rússia, mas com nacionalidade canadense, ela vai comandar tudo ao lado do presidente Bruce Buck e do diretor Eugene Tenenbaum.
Granovskaia funciona como 'os olhos e os ouvidos' de Roman Abramovich no clube. Se alguém precisa falar com o milionário russo, é ela que deve procurar. Por outro lado, se Abramovich precisa mandar um recado ao técnico José Mourinho, por exemplo, dirige-se a ela, normalmente. Os dois trabalham juntos há 17 anos. Ela foi contratada pelo empresário em 1997, pouco depois de se formar na Universidade de Moscou, para trabalhar na Sibneft, empresa petrolífera que Abramovich comprou do governo russo por 60 milhões de libras e vendeu, dez anos depois, por 8 bilhões de libras para a Gazprom.
A compra de 75% das ações da Sibneft pela Gazprom foi feita via Millhouse Capital, fundo de investimento no qual Granovskaia trabalhou até 2003, quando Abramovich comprou o Chelsea. Ela se mudou para Londres e, apesar de ter sido incluída na mesa diretora do clube apenas em 2013, desde então cuida dos interesses e representa o milionário russo. É conhecida por ter contato próximo aos jogadores. Nos últimos anos, seu sucesso e seu estilo a fizeram a mulher mais poderosa do mundo futebolístico.
Marina Granovskaia forjou o acordo do Chelsea com o Vitesse Arnhem, clube holandês para onde manda atletas emprestados para ganhar experiência. Muitos deles acabam negociados e rendem dinheiro. Um dos exemplos é o marfinense Wilfried Bony, que foi convencido por ela e por Drogba a jogar no Vitesse em 2011. Ele fez 53 gols em 73 jogos e foi vendido por 12 milhões de libras ao Swansea - originalmente, custou 3 milhões de libras ao Chelsea.
Granovskaia é, também, a responsável direta pelo sucesso de outras negociações complicadas, entre elas a contratação do atacante brasileiro naturalizado espanhol Diego Costa, o retorno do técnico José Mourinho ao clube e a venda do zagueiro brasileiro David Luiz ao Paris Saint-Germain por R$ 150 milhões antes da Copa do Mundo, uma jogada até hoje exaltada pela imprensa britânica. Em 2013, a fama dela já se espalhava pela Europa. Ao comentar a chance de Cavani fechar com o Chelsea, o presidente do Napoli, Aurelio de Laurentiis, cantou uma música cujo refrão é o nome da dirigente.
Por isso, a mudança de comando no Chelsea não chocou a ninguém. O clube vem bem: é líder do Campeonato Inglês e faz uma boa Liga dos Campeões. O principal desafio apontado para Marina Granovskaia é definir a futura casa do Chelsea. O clube gostaria de modernizar o Stamford Bridge, mas problemas burocráticos e de planejamento atrapalham. Cogita-se, então, construir uma nova arena para competir com os principais estádios europeus. Ela pode entrar nas negociações. Pode ser que aumente ainda mais sua influência no mundo do futebol.
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