Ele humilhou o Real Madrid de Zidane e Ronaldo e hoje está desempregado
Casillas, Sérgio Ramos, Roberto Carlos, Beckham, Zidane, Robinho e Ronaldo. Todos esses craques fizeram parte do famoso time dos “galácticos” do Real Madrid do começo e meio da década de 2000, época em que o presidente Florentino Pérez esbanjava dinheiro e buscava nomes de impacto e contratações caras no mercado.
Com eles, o clube merengue até conquistou alguns títulos importantes, mas viu um de seus mais vergonhosos momentos na história ao ser humilhado pelo Zaragoza em um jogo válido pela semifinal da Copa do Rei da temporada 2005/06. Com todos os jogadores citados acima em campo, o Real foi impiedosamente goleado por 6 a 1 pelo Zaragoza no dia 8 de fevereiro de 2006. “Zaragoza humilha o Real Madrid” foi o título do tradicional jornal madrileno Marca para contar o que significou o resultado.
E um dos protagonistas que afundaram o time mais badalado do mundo naquela época hoje está desempregado, aos 33 anos, e espera propostas para a próxima temporada. O atacante Ewerthon, ex-Corinthians e Palmeiras, marcou dois gols em cima de Casillas. Um deles foi muito bonito, ao pegar uma bola de primeira de fora da área e acertar o ângulo do campeão do mundo de 2010 pela Espanha.
“Foi um grande gol, pela ocasião, pelo clube que estava jogando contra e também pelo goleiro que estava na meta. Fiz uma grande partida, dei dois ou três passes pro Milito e fiz dois gols. Foi uma grande atuação do time inteiro bem. Repercutiu depois muitos dias na imprensa”, lembrou o atacante, em entrevista ao UOL Esporte.
“É muito gratificante pra um profissional isso, fica na história para contar pro meu filho, sobrinho e família. Pessoalmente foi muito gratificante, não só pelo gol, mas por ter jogado bem e pela maneira que aquele gol saiu.”
Ewerthon formava uma dupla de ataque com o argentino Diego Milito, que naquela partida anotou quatro tentos. O brasileiro recorda que a equipe rival estava perplexa com o que os donos da casa faziam em campo e que o jogo poderia ter tido um placar ainda mais elástico.
“Foi inesquecível. Eles tinham um grande time e ninguém imaginava que naquela ocasião iríamos ganhar de seis. Mas poderia ter sido sete, outo ou até nove. Foi tudo perfeito pra gente naquele dia”, falou.
“Eles mesmos não acreditavam e olhavam uns para os outros como quem não acreditava no que se passava. Alguns ficaram nervosos e exaltados, mas não foram desleais. Eles não devem ter conseguido dormir naquela noite. Não chegaram a discutir, mas olhavam bravos.”
O Zaragoza já havia eliminado nas quartas de final o temido Barcelona em outro feito histórico para o clube. Depois dos 6 a 1, levou um susto na volta, no Santiago Bernabéu, e foi goleado por 4 a 0. Passou raspando para a final, só que o sonhado título não veio. Na decisão, sua equipe foi goleada por 4 a 1 pelo Espanyol, de Barcelona.
Um dos heróis em jogo na história negativa do Real Madrid, Ewerthon espera propostas para a próxima temporada e diz que pretende jogar por pelo menos mais dois anos.
O ex-jogador teve carreira vitoriosa e passou pela seleção brasileira, Corinthians e também Stuttgart e Borussia Dortmund, da Alemanha, clube pelo qual marcou o gol do título do Campeonato Alemão de 2002. Pela equipe do Parque São Jorge, venceu o Paulista de 2001 como um dos protagonistas e fez parte do elenco campeão brasileiro em 1999 e do Mundial de Clubes da Fifa de 2000.
Ewerthon voltou ao Brasil para jogar no Palmeiras em 2010, indicado por Muricy Ramalho. Ficou menos de um ano, até ser dispensado na temporada seguinte. Foi jogar na Chechênia e Qatar até retornar novamente ao território brasileiro em 2012, desta vez para defender o América-MG. Jogou o primeiro semestre pelo Atlético de Sorocaba, e desde então está parado.
Diz que ainda pode atuar em bom nível nos próximos dois anos e que tem se cuidado fisicamente à espera de propostas para a próxima temporada. Afirma que não jogar por dinheiro e já tem a vida estabilizada pelo que juntou desde 1999 até agora no futebol, além de manter um negócio no ramo de construção civil com seu pai na cidade Goiânia.
“Agora está terminando Brasileiro, e tenho alguns contatos. Não fechei com ninguém, mas espero algo perto de casa, em São Paulo. Na verdade, meu pensamento sempre foi jogar até os 35 ou 36. Não tenho nenhum problema de lesão, tenho mantido minha forma física em uma academia e se aparecer alguma coisa já estarei em forma”, falou.
“Sou um cara com experiência e posso transmitir isso dentro e fora de campo os jogadores mais jovens. Sempre fui um cara muito profissional. Hoje não tenho aquela preocupação em jogar pra ganhar dinheiro, é algo que me dá prazer.”
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