Argentina vira com Messi e vence a Croácia. Tévez volta após três anos
Carlos Tévez era o protagonista do jogo. Era para ser, pelo menos. Argentina e Croácia se enfrentariam no Boelyn Graound, em Londres, estádio do West Ham. Há sete anos, no mesmo local, o atacante que há pouco deixara o Corinthians salvava o modesto clube do rebaixamento no Campeonato Inglês. E há três anos, no mesmo time, Tévez fazia sua última partida pela seleção argentina. Nesta quarta-feira ele voltou, começando no banco de reservas, e viu a equipe treinada por Gerardo Martino, ex-Barcelona, virar e vencer a Croácia por 2 a 1 em amistoso.
O placar não demonstra, mas a seleção vice-campeã da Copa do Mundo de 2014 teve ampla vantagem contra a Croácia. Principalmente no segundo tempo. Saiu atrás no placar por um erro no sistema defensivo, no qual o lateral direito Pablo Zabaleta, do Manchester City (ING), pode ser considerado o culpado. Depois, com excelente atuação de Javier Mascherano e boas apresentações de Lionel Messi – que jogou na posição de início da carreira, às antigas – e Sergio Agüero, a Argentina virou e venceu.
Fases do jogo
Não é novidade que a Argentina enfrenta problemas para decidir como escalar todos os bons atacantes que têm à disposição. E a decisão de Gerardo Martino, que trabalhou com Lionel Messi no Barcelona até a última temporada, foi escalar o craque quatro vezes melhor do mundo na ponta direita, e não no centro do ataque – sendo ou não um falso 9 – como de costume.
Messi foi ponta direita no início da carreira, quando encontrou a posição vaga no Barcelona, que à época tinha Ronaldinho Gaúcho na ponta esquerda e o camaronês Samuel Eto’o no centro do setor ofensivo. E nesta quarta-feira, anos depois, foi assim. E deu certo. Com Agüero no centro e Ángel Di Maria na ponta esquerda, as jogadas da seleção argentina começaram pela direita. No primeiro lance de jogo, Messi fez a jogada que se acostumou a fazer no início de carreira: dominou na ponta e foi cortando vários adversários até a entrada da área. Sem gol.
Do lado da Croácia, a organização no meio de campo chamou atenção pela atuação segura de Mateo Kovacic, de 20 anos, da Inter de Milão (ITA). O jovem jogou do campo de defesa à entrada da área ofensiva, e articulou a equipe. E fez com que o placar fosse aberto a partir de seus pés: armou jogada de contra-ataque e achou Sharbini na ponta esquerda, que finalizou para o gol após vacilo de Zabaleta.
A partir do gol sofrido a seleção argentina começou a jogar em alto nível. Agüero fez excelente jogada individual e finalizou de longe, forte, exigindo grande defesa de Kalinic. Di Maria tentou o mesmo, e viu outra boa defesa. Messi, então, armou tabela com Ever Banega, entregou a bola para Agüero na marca do pênalti. O atacante do Manchester City teve a grande chance, mas jogou para fora.
Messi fez mais uma ótima jogada. Dominou na direita, cortou para o meio, avançou, passou para o lateral esquerdo Cristian Ansaldi e correu para receber de volta, do outro lado. Recebeu, a pouco metros do gol, mas chutou para fora.
No segundo tempo, a Argentina foi totalmente superior. Recomeçou a partida em ritmo muito mais acelerado, e Ansaldi logo marcou. Avançou pelo flanco esquerdo, cortou para dentro e arriscou de longe, de direita – a perna ruim. A bola resvalou no braço de Agüero, junto ao corpo, e acabou o gol.
Logo depois, Agüero recebeu na entrada da área, sozinho, em enorme falha de marcação da zaga croata. Avançou, cortou na frente do goleiro, deixou a bola correr e caiu ao ser tocado. Pênalti, bem marcado, e bem cobrado por Messi. Virada argentina.
Com a vantagem, Tata Martino lançou Tévez a campo. A última partida do atacante pela seleção havia sido em julho de 2011. Ao receber na área, o jogador da Juventus (ITA) quase marcou. Depois, Messi ainda perdeu grande chance ao tentar finalizar de direita, quase dentro da pequena área.
O melhor: Javier Mascherano
Parece ser, definitivamente, o melhor jogador defensivo da atualidade. Como volante, da forma como jogou na Copa do Mundo de 2014, é fantástico. Segurou a Argentina em todos os lances em que esteve perto da bola. E, com a qualidade adquirida no Barcelona, tornou-se ponto de partida para sair jogando com passes precisos. Faz a bola percorrer o campo pelo caminho mais inteligente, sempre, e facilita o trabalho dos companheiros.
O pior: Ángel Di Maria
Certamente, em número, a atuação de algum dos defensores croatas foi inferior à de Di Maria. Mas o meia do Manchester United (ING) não mostrou nem uma fração da qualidade que mostrava até o ano passado, quando jogava pelo Real Madrid (ESP). Na razão entre expectativa e realidade, ele foi o pior.
Toque dos técnicos
Niko Kovac, da Croácia, não poderia ter feito muito melhor. Com um elenco de qualidade bastante inferior ainda deu trabalho para a Argentina. Tata Martino, com Messi na ponta direita, pode ter encontrado a melhor formação da Argentina nos últimos anos.
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