Viúva de argentino morto na Copa obtém advogado no Brasil e pede US$ 1,5 mi
A jornalista Verónica Brunati quer uma indenização de US$ 1,5 milhão pela morte do também jornalista Jorge “Topo” López. O argentino estava no Brasil para cobrir a Copa do Mundo de 2014, e um táxi que o levava ao hotel foi atingido por um Nissan Versa que era perseguido por policiais. Depois de ter feito campanha em redes sociais e de ter lançado um protesto por causa do episódio, a viúva contratou advogados no Brasil e agora pleiteia uma indenização do Estado de São Paulo.
Topo tinha credencial da rádio “La Red”, mas também trabalhava para jornais como “AS” e “Sport”. No dia 9 de julho, ele voltava de Itaquera após ter acompanhado um treino para o jogo entre Argentina e Holanda. Quando o táxi fazia um retorno entre a avenida Tiradentes e a rua Barão de Mauá, em Guarulhos, foi abalroado por um Nissan Versa que fugia da polícia. O motorista do táxi sofreu apenas uma fratura, mas o jornalista passou entre as ferragens e morreu no local.
O episódio serviu como mote para campanha que começou com a hashtag #JusticiaparaTopo, com participação de jogadores como Ángel Di María e Robinho e de ex-jogadores como Diego Simeone e Diego Maradona. O protesto cobrava condenação dos ocupantes do Nissan Versa e reclamava de procedimentos adotados por autoridades (Polícia Militar, Fifa e COL, por exemplo). Brunati chegou a contestar dados da certidão de óbito de Topo.
Brunati também reclamou publicamente sobre a dificuldade de acesso a documentos relacionados ao caso. Por questões de segurança e proteção dos dados, o Boletim de Ocorrência e o processo, por exemplo, podem ser vistos apenas in loco.
A contratação de um escritório de advocacia no Brasil, portanto, tem relação direta com essa situação. Brunati será representada por Carlo Frederico Müller, sócio do escritório Müller e Müller Advogados, que pediu a indenização do Estado por danos morais – o valor também serviria como pensão para os filhos de Verónica e Topo.
Müller também vai atuar como assistente na acusação criminal contra os ocupantes do Nissan Versa. O carro havia sido roubado horas antes e tinha três ocupantes. Dois deles foram indiciados, e o caso terá audiência no dia 18 de novembro. O outro, por ser menor de idade, tem situação protegida por sigilo.
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