Um ano depois, espanhóis questionam compromisso de D. Costa com a seleção
Diego Costa rejeitou a seleção brasileira e optou por defender a Espanha. Disse que era a “coisa certa” a se fazer por tudo que o país tinha dado a ele como profissional. Pouco mais de um ano depois, o centroavante está tendo trabalho para provar o que disse, com a imprensa local e até companheiros de time colocando em xeque o comprometimento do jogador.
Diego Costa não foi convocado pelo técnico Vicente del Bosque para os jogos contra Belarus (vitória por 3 a 0 no último sábado) e Alemanha (amistoso desta terça) por conta de uma lesão no púbis. Ao anunciar a lista, o treinador disse que optou por poupar o atacante após uma conversa com os médicos do Chelsea.
Del Bosque explicou tudo em uma entrevista coletiva no dia 7 de novembro. Um dia depois, Diego Costa estava em campo pelo Chelsea, marcando um gol decisivo na vitória por 2 a 1. Ora, se ele pode jogar pelo clube inglês, por que não pela seleção?
“Acima de tudo, gostaria que os jogadores tivessem o compromisso com a seleção que têm com seu clube”, disse o zagueiro Sergio Ramos, na semana passada.
A declaração rodou o mundo como uma alfinetada do jogador do Real Madrid. O diário AS escreveu que ele e Casillas estariam irritados com Diego Costa. Na visão dos espanhóis, o brasileiro naturalizado teria cedido à pressão de José Mourinho, que há dois meses reclamou quando o centroavante foi convocado e agravou uma lesão.
Casillas e Sergio Ramos conhecem o técnico português de outras primaveras. Quando ele comandava o Real Madrid, fez pressão para que os jogadores deixassem a seleção espanhola em segundo plano. Mourinho se preocupava, por exemplo, com a amizade entre Casillas e Xavi, parceiros na Fúria e rivais no Superclássico com o Barcelona.
Diplomaticamente, todos que opinaram sobre o caso na Espanha relativizaram a fala de Sergio Ramos, de Del Bosque até o presidente da Federação Espanhola, passando pelo próprio Casillas. “O compromisso dos que não vieram é total”, disse o goleiro.
De fato, Diego Costa não foi o único a faltar, já que Fabregas também foi poupado. Só que o espanhol, além de ter créditos por toda sua participação no sucesso recente da Fúria, ainda adotou um procedimento diferente do atacante.
Segundo o AS, o meia deslocou-se até a Espanha para ser examinado pelo médico da seleção e, então, ser liberado. Sergio Ramos, na última convocação, havia feito o mesmo. Diego Costa não. O diagnóstico de que ele não teria condições de jogar pela seleção foi feito por Paco Biosca, chefe do departamento médico do Chelsea, que é espanhol.
O resultado prático dessa confusão toda é que Diego Costa está em débito com a imprensa, os colegas e a torcida. No último fim de semana, enquetes onlines dos principais jornais mostravam que a maior parte do público gostaria de ver Isco e Alcácer, que substituíram Fabregas e Diego Costa, seguirem como titulares. Del Bosque também deixou isso no ar.
“Pode ser que quando Diego Costa e Cesc voltem, algum jogador já tenha ocupado o espaço deles. Não é uma ameaça, é uma realidade”, disse o treinador no último sábado, após a vitória sobre Belarus, em que os dois substitutos se destacaram.
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