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Suspeito de chefiar máfia de ingressos da Copa consegue novo habeas corpus

CEO da Match, Ray Whelan chega à delegacia após ser preso no Copacabana Palace - Vinicius Konchinski
CEO da Match, Ray Whelan chega à delegacia após ser preso no Copacabana Palace Imagem: Vinicius Konchinski

Pedro Lopes e Vinicius Segalla

Do UOL, em São Paulo

27/11/2014 18h03

O executivo inglês Ray Whelan, suspeito de liderar o esquema de venda ilegal de ingressos da Copa do Mundo de 2014 conseguiu, nesta quarta-feira, um novo Habeas Corpus, concedido pelo Superior Tribunal de Justiça. Com a medida, Whelan segue com o direito de responder às acusações em liberdade.

Até esta terça-feira, a liberdade de Whelan se baseava em um habeas corpus liminar concedido pelo Superior Tribunal Federal.  O STF, porém, revogou a medida, por uma questão processual – declarou que não era de sua competência julgar o caso, devido a uma de suas súmulas.

Com isso, os advogados do acusado recorreram ao STJ, que restituiu o habeas corpus. Na decisão, a ministra Maria Theresa de Assis Moura afirmou que o direito a liberdade deve ser preservado se “não há motivo suficientemente forte em contrário”. Ao longo dos argumentos, é salientado diversas vezes que Whelan vem cumprindo todas as determinações judiciais e cooperando com as investigações.

O inglês tem ainda uma autorização do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para que deixe o país, por até três meses, para tratar de viagens de negócios.

Entenda o caso

Preso duas vezes em julho, Whelan foi investigado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro e apontado por ela  como o responsável por alimentar o grupo de cambistas ligado ao franco-argelino Lamine Fofana. Fofana também foi preso e solto dias depois. Assim como Whelan, solicitou à Justiça um aval para deixar o país e pode passar até três meses fora.

O grupo de cambistas, investigado por operações policiais realizadas durante a Copa, esperava faturar até R$ 200 milhões vendendo tíquetes para partidas do Mundial por preço acima do mercado. Para a Copa do Mundo no Brasil, a Fifa destinou 440 mil ingressos para a Match, empresa de Whelan: mais de 10% do total de ingressos do Mundial.

Whelan foi detido pela primeira vez no dia 7 de julho, no hotel Copacabana Palace. Horas depois da prisão, foi solto por causa de um habeas corpus.

No dia 10 de julho, contudo, a Justiça determinou prisão preventiva dos suspeitos de integrar a máfia de ingressos da Copa, incluindo o executivo, que só se entregou no dia 14 de julho, quando foi preso novamente.

No dia 23 de julho, o ministro Ricardo Lewandowski, presidente em exercício do STF, pediu que a Justiça do Rio de Janeiro desse explicações sobre o processo contra Whelan e considerou que a situação parecia excepcional. No início de agosto, Lewandowski autorizou Whelan a sair da prisão.

Já a autorização para viagem ao exterior foi dada pela 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio. Caso Whelan, assim como Fofana, não volte ao Brasil no prazo estipulado, ele pode ser condenado à revelia no processo por cambismo.