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Ronaldo revela ao UOL que gostaria de ser ministro

Felipe Pereira e Guilherme Palenzuela

Do UOL, em São Paulo

28/11/2014 06h00

Cabo eleitoral de Aécio Neves nas eleições, Ronaldo revelou que aceitaria um convite para ser ministro do Esporte e disse que vislumbra uma carreira pública. Ele afirmou também que Dilma não apresentou respostas para corrupção e citou a operação Lava Jato.

As declarações foram dadas ao UOL Esporte antes de participar da etapa final do Campeonato Brasileiro de Pôquer (BSOP), em São Paulo. Na ocasião, Ronaldo falou que os problemas do futebol são consequência da situação do país.

Sobre a seleção brasileira, o ex-jogador disse que condução de Dunga nos casos de Maicon e Thiago Silva não foram as ideais. Ronaldo defendeu maior transparência na solução de problemas de vestiário. Sobre a Bola de Ouro, afirmou que Cristiano Ronaldo foi o melhor do ano, mas acredita que Neymar está se aproximando do nível apresentado por ele e Messi.

Confira a entrevista exclusiva:

UOL Esporte - Qual a sua avaliação sobre a segunda passagem de Dunga no comando da seleção?

Ronaldo - Acho que é muito cedo pra gente ver qualquer comportamento. Acho que, principalmente no lado esportivo, a seleção teve seis jogos após a Copa e ganhou os seis. De qualquer maneira, em termos de gestão, o que a seleção brasileira precisa é ter cada vez mais transparência. Nessa gestão houve dois episódios que se transformaram em polêmica (casos Maicon e Thiago Silva), sendo que a administração era só ser transparente, encarar os fatos e não deixar isso sair, externar à imprensa e aos torcedores.


UOL Esporte – Qual a sua opinião sobre a dupla José Maria Marin e Marco Polo Del Nero?

Ronaldo - Não tenho muito contato com eles, não tenho nenhum tipo de relação profissional com eles. Eu adoraria ver o futebol do Brasil se destacando por ser inovador, por querer mudar, por querer sair da caixinha, por fazer coisas novas e produtivas. Mas acho que o futebol é um reflexo da situação do país. Então o futebol está vivendo o que nosso país todo está vivendo. Ele é um pequeno setor que representa nosso país inteiro.

UOL Esporte - Cristiano Ronaldo é favorito a Bola de Ouro. Dá para dizer que a história dele no futebol é maior que a sua?

Ronaldo - É muito complicado, muito difícil comparar épocas. Acho que ele faz muita coisa que eu fazia. Explosão, velocidade, força, faz muitos gols. Acho que nesse ano ele conseguiu ser superior ao Messi, igual ao ano passado, e parece que vai conseguir novamente a Bola de Ouro. Por outro lado, acho que o Neymar está se aproximando muito dos dois. Essa é a nossa esperança de ter uma Bola de Ouro brasileira novamente.

UOL Esporte – Como você, um militante de Aécio Neves, vê as primeiras medidas da presidente Dilma depois da eleição?

Ronaldo - Tumultuado, né? Está tudo igual ao que estava na eleição.

UOL Esporte – Se houvesse possibilidade de fazer uma pergunta a presidente, qual seria?

Ronaldo - Uma questão, uma coisa que acho e que sinto falta na presidenta Dilma é exatamente o que o Aécio falou durante a campanha. Uma resposta mais dura sobre todos os fatos que estão acontecendo sob o seu comando, o Brasil todo espera esse tipo de resposta e a gente não tem. Então fica um ambiente muito hostil dentro da política por causa de tantos casos de corrupção, a operação Lava Jato que não para de crescer o escândalo...

UOL Esporte -  E sobre as informações de que você assumiria o Ministério do Esporte em caso de vitória do PSDB?

Ronaldo - Houve muito boato disso, muita conversa. Ouvi com o maior orgulho e animado também. Assumir um cargo desse seria uma honra e com a possibilidade de fazer muita coisa bacana, muitos programas bacanas, e tentar melhorar o esporte brasileiro. Mas não, não teve nenhuma conversa nesse sentido, meu apoio ao Aécio sempre foi um apoio incondicional, eu o apoiei desde a primeira eleição em MG.

UOL Esporte – Você tem objetivo de uma carreira política?

Ronaldo - Sempre ligado ao esporte. Diria que gosto muito de praticar o bem, fazer o bem. E sabendo que posso dar uma contribuição bacana ao projeto que estou me envolvendo. Meu envolvimento na política seria basicamente ligado ao esporte. Algo que entendo bem e que poderia fazer coisas bacanas.

UOL Esporte – E se houvesse um convite do Aécio para assumir o Ministério?

Ronaldo - Se tivesse, a resposta seria, muito provavelmente, sim. Seria um desafio gigante pra mim. Não só em termos de administração pública, que é uma coisa que não entendo, porque tenho que aprender muito sobre isso. Mas com a minha vontade de fazer o bem, acho que poderia fazer muita coisa. Tendo e ter tido uma carreira vitoriosa e sem nenhuma necessidade de me envolver em corrupção, acho que poderia fazer um bom trabalho.

UOL Esporte – A eleição serviu para você e o Romário se reaproximarem. Vocês agora são parceiros?

Ronaldo - Não, eu nunca tive problema com ele. Eu sofri um ataque da parte dele por estar trabalhando por uma Copa do Mundo no meu país e estar vendendo aquilo como uma coisa boa para a população. Ele foi contra a minha participação, me criticou, mas não tenho absolutamente nenhum problema com ele, mas também não tenho nenhuma relação, nenhuma ligação com ele. Portanto, espero que ele faça o dever dele e eu vou continuar a minha vida.

UOL Esporte – A frase dita por você “não se faz uma Copa com hospitais” foi usada de forma descontextualizada. Isso te aborreceu?

Ronaldo - Com certeza foi um ataque, não sei de onde veio. De qualquer maneira, um ataque que atingiu diretamente aos menos informados. Na ocasião que respondi sobre essa comparação de Copa do Mundo com criação de novos hospitais, é uma comparação que não existe. A Copa do Mundo veio pra deixar um legado positivo.

UOL Esporte: Falando de pôquer, o que corresponde a um 7 a 1 neste esporte?

Ronaldo - Ser eliminado na primeira mão, sair do torneio, acho que no pôquer é o pior pesadelo. Você está com uma carta boa, dá all in (aposta tudo), alguém paga e você sai na primeira mão... Acho que isso seria o equivalente a tomar um 7 a 1.