Fim da Bombonera? Bairro e torcida se unem contra novo estádio do Boca
O Estádio Bombonera, em Buenos Aires, mística casa do Boca Juniors, pode estar com os dias contados. Isso porque o clube planeja construir uma nova arena, maior e mais moderna, e conta com planos de transformar a atual casa do time em palco para shows e museu. O projeto tem sido muito criticado por torcedores e moradores do bairro La Boca, que já se unem para evitar que a ideia vá adiante.
O projeto da atual diretoria, presidida por Daniel Angelici, é fazer um novo estádio a apenas 200 metros de distância da Bombonera, em terreno vendido pela prefeitura de Buenos Aires e ao custo de US$ 400 milhões (R$ 1 bilhão). Os trâmites para a aquisição do local, por preço simbólico, começaram a se desenrolar na prefeitura, o que deixou torcedores e moradores alarmados.
Isso porque teme-se que a mística da Bombonera, tão alardeada, se perca. Nem a ideia de dar mais conforto aos torcedores e de aumentar a capacidade atual, de 55 mil lugares atuais para 75 mil, amenizam as críticas. O bairro La Boca é marcado pela Bombonera, que movimenta o turismo além de dias de jogos e faz o lucro dos comerciantes da região.
"Que se faça uma arena polidesportiva para o bairro, mas não queremos um novo estádio", disse Susana Díaz, 55 anos, que mora nas redondezas da Bombonera, à AFP. "Sempre se falou em ampliar a Bombonera, mas fazer um novo estádio é impensável", concordou Eduardo, vendedor que atua na região.
"Ninguém está de acordo com demolir a Bombonera nem com usá-la para outro propósito que não seja futebol", disse o ex-presidente do Boca Juniors, Jorge Ameal. Nas últimas partidas da equipe no Campeonato Argentino, a torcida exibiu uma faixa com a mensagem "de la Bombonera no nos vamos". A pressão promete crescer para não deixar morrer um dos templos do futebol moderno - o estádio foi inaugurado em 1940.
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