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Descubra de onde surgiram os gols de Nilton, volante artilheiro do Cruzeiro

Começo na base como centroavante ajuda a explicar vocação de artilheiro do volante celeste Nilton - Washington Alves/Getty Images
Começo na base como centroavante ajuda a explicar vocação de artilheiro do volante celeste Nilton Imagem: Washington Alves/Getty Images

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

25/12/2014 06h00

Nilton atua como volante, mas tem espírito de artilheiro. Nas duas temporadas que defendeu o Cruzeiro, o meio-campista balançou as redes adversárias em 11 oportunidades. Bola aérea é a especialidade do atleta de 1,83 m. Ele ainda tem a força na finalização como outro artifício para chegar ao gol adversário. A facilidade para estufar a meta dos rivais começou quando era jovem e desempenhava outra função em campo.

Natural de Barra dos Garças, no Mato Grosso, ele deixou a sua cidade aos 11 anos e foi contratado pelo Etti Jundiaí (atual Paulista) para atuar como centroavante. Na chegada à cidade localizada a 60 quilômetros da capital, o jogador quase desistiu, mas optou pela permanência.

“Treinava pelo antigo Etti Jundiaí, hoje é o Paulista. Cheguei lá aos 11 anos. Nunca tinha visto um prédio na minha vida. Cheguei lá e reparei aquela cidade imensa, aquilo que só tinha visto por televisão. Eu comecei a chorar, não queria ficar, pedi para ir embora. Minha mãe me perguntou se queria ser jogador e disse que sim. Ela falou para mim: ‘corra atrás dos seus sonhos’. As pessoas na minha cidade falavam que eu tinha que ficar em São Paulo. Fui para Jundiaí”, relatou ao UOL Esporte.

Embora tenha cogitado desistir, o jogador não esconde que, nas categorias de base, quando ainda era atacante, tinha facilidade para fazer gols. Ele conta também que mantém o perfil ‘goleador’ na área adversária.

“Engraçado que eu comecei como centroavante mesmo, jogador de área, tinha boa impulsão. Eu já fazia bastante gol, é engraçado. Fazia muito gol de cabeça pela forma que me posicionava na área. Nunca esqueci a forma que tenho que me posicionar. Por mais que fosse novo, eu tinha visão para buscar o espaço vazio. A gente tem que ser um pouco mais malandro dentro da área. No ano passado, acabei fazendo vários gols de cabeça e até com o pé”, disse.

A mudança no posicionamento ocorreu quando ele deixou o antigo Etti Jundiaí e se transferiu para o Corinthians. Diante da qualidade do então garoto Jô, atualmente no Atlético-MG, e de um jovem chamado Canteiro, Nilton mudou o seu posicionamento e se tornou volante.

“Acabei mudando quando garoto. O ataque tinha o Jô e um garoto chamado Canteiro. O treinador me sugeriu jogar de volante, perguntou: ‘Por que você não tenta?’. Quando me perguntaram, falei que jogaria de volante. Dali em diante comecei a me conscientizar que teria que mudar radicalmente a minha forma de atuar. Fui agregando tudo à marcação e tudo que requer para um volante. Eu já tinha explosão e sabia chutar de fora da área”, declarou.

“Eu cheguei ao Corinthians com 13 anos e, ali mesmo, eu mudei. Tive que fazer essa mudança radical. Como eu jogava de centroavante de 11 até 13 anos, foi uma coisa muito rápida. Nem eu esperava que seria tão rápida minha adaptação. Eu só tenho que pegar e agradecer a Deus por eu ter essa oportunidade”, acrescentou.

Embora Lucas Silva e Henrique sejam os titulares do bicampeão brasileiro na atual temporada, Nilton segue como o volante que mais balançou as redes adversárias. No ano anterior, quando esteve frequentemente entre os prediletos de Marcelo Oliveira, o camisa 19 fez oito gols. Na reserva em 2014, ele marcou somente três vezes.