O azarado das Copas: goleiro pegou dois pênaltis decisivos e ainda perdeu
Gianluca Pagliuca é um dos maiores goleiros recentes da famosa escola italiana, mas também pode ser chamado de azarado quando o assunto é Copa do Mundo. Titular em duas edições (1994 e 1998), chegou perto de coroar a carreira brilhando em disputas de pênaltis nas duas oportunidades: fez sua parte nos clássicos contra Brasil e França, mas viu os companheiros estragarem tudo nas respectivas cobranças.
Pagliuca esteve na Copa de 1990 como terceiro goleiro, já como preparação para assumir a vaga em 1994. E foi o que aconteceu. Nos Estados Unidos, quase se tornou vilão ao ser expulso já no segundo jogo, tornando-se o primeiro goleiro a levar um vermelho no torneio.
Mas ele voltou no mata-mata e foi bem até chegar à final contra o Brasil. Na decisão, contou com a sorte no famoso lance em que a bola escapa de sua mão e toca na trave. Pagliuca faz a defesa na sequência e beija a trave, em agradecimento. Parecia que sua estrela começava a brilhar.
Nos pênaltis contra o Brasil, Baresi iniciou a disputa mandando sobre o travessão. Márcio Santos, então, bateu o primeiro da seleção, mas Pagliuca acertou o canto e fez a defesa. Tudo igual. No entanto, mais dois italianos desperdiçaram suas chances (Baggio, para fora, e Massaro, que parou em Taffarel), e Pagliuca amargou a derrota.
Na Copa seguinte, na França, ele chegou como reserva de Peruzzi, mas assumiu a vaga com a lesão do titular. Brilhou nas partidas contra Camarões e Noruega e ajudou no 0 a 0 contra a anfitriã França nas quartas de final.
Nos pênaltis, Zidane converteu o primeiro para os donos da casa e Baggio empatou. No segundo chute francês, a estrela de Pagliuca voltou a brilhar e ele encaixou a bola. A Itália estava em vantagem. Mais uma vez, porém, os companheiros do goleiro não o ajudaram. Albertini e Di Biagio erraram, e a Itália deu adeus ao título.
Hoje comentarista de televisão, Pagliuca precisou se contentar com as conquistas por seus clubes, principalmente pela Sampdoria. Ganhou um Italiano e três Copas da Itália, uma delas com direito a 4 a 0 sobre o Napoli de Maradona e Careca. Ele também é, até hoje, o goleiro com mais jogos no Italiano. Faltou “só” uma Copa do Mundo.
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