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Filho de Lopes abraça carreira solo e sonha alto com campeão da Série D

Junior Lopes durante trabalho com Vanderlei Luxemburgo no Flamengo em 2011 - Alexandre Vidal/ Fla Imagem
Junior Lopes durante trabalho com Vanderlei Luxemburgo no Flamengo em 2011 Imagem: Alexandre Vidal/ Fla Imagem

Leonardo André

Do UOL, no Rio de Janeiro

03/01/2015 06h01

Durante 17 anos ele alternou as funções de técnico e auxiliar. Passou por vários clubes, inclusive os quatro grandes do Rio, conviveu com o rótulo de "filho do Antônio Lopes" e "auxiliar de Luxemburgo", mas desde 2013 decidiu seguir no futebol apenas como treinador. Aos 41 anos, Junior Lopes teve participação na conquista da Série C pelo Macaé e agora terá outra missão pela frente: conduzir o Tombense, campeão da Série D, a um degrau mais alto no futebol brasileiro.

Com pouco mais de um ano apenas como técnico, o filho do atual gerente de futebol do Botafogo, Junior não esquece a ajuda que teve do pai e do mais bem sucedido dos técnicos com quem trabalhou (Vanderlei Luxemburgo). Mas acredita que tomou a decisão certa ao caminhar na profissão com as próprias pernas.

"Para abrir caminhos, é bom ter o pai que tenho e ter trabalhado tanto tempo com o Vanderlei (Luxemburgo). Mas para mostrar trabalho tive que me esforçar em dobro, em triplo. Esses rótulos já me incomodaram, mas hoje eu lido bem. Consegui provar ao mercado do futebol que posso ser mais do que esses rótulos. E vem dando certo", lembra o treinador.

"É um caminho sem volta. Passei por vários clubes, alternei as funções de técnico e auxiliar e aprendi muito com os cerca de 14 técnicos com quem trabalhei. Todos me ensinaram, mas meu pai (Antônio Lopes) e o Vanderlei foram minhas referências, meus mestres".

Desde que decidiu seguir a carreira de técnico, Junior Lopes passou pelo Duque de Caixas (2013) e o Audax (2014), do Rio de Janeiro. Conseguiu livrar o primeiro do rebaixamento e não teve o mesmo sucesso no ano passado. Mesmo assim despertou a atenção do Macaé, que acabou sendo campeão da Série C em 2014.

"Mesmo com a situação difícil que peguei com os clubes do Rio, o Macaé viu o trabalho e me convidou para a Série C. Participei de boa parte da campanha e fui demitido por discordar de algumas situações. Mas me sinto campeão também, dei a minha contribuição. E acho que esse bom trabalho me levou ao Tombense", explica.

No clube mineiro, Junior Lopes sabe que precisará manter a boa campanha da temporada passada. A estrutura, segundo ele, prevê até a construção de um CT para ser utilizado quando a Série C começar. Mesmo reconhecendo a importância de uma boa campanha no Campeonato Mineiro, Junior não esconde que conseguir uma das vagas da Série B em 2016 é o grande sonho.

"O Campeonato Mineiro tem o atual campeão Brasileiro e o da Copa do Brasil. Os times que se classificam para a fase final e os que brigam para não cair estão sempre próximos na tabela, mas nossa perspectiva é boa. É importante irmos bem, mas o grande objetivo é chegar à Série B. Foi isso que me pediram e é difícil. A Série C terá equipes tradicionais como Portuguesa, Vila Nova, Londrina, Brasil-RS, mas posso levar certa vantagem pela experiência que tive com o Macaé em 2014", acredita.

Estudioso, Junior Lopes vê a Série C como um grande desafio, principalmente pelas dificuldades que a competição impõe aos participantes.

"A Série C tem dois polos. O positivo é só jogar nos finais de semana, o que permite um planejamento melhor. No Macaé, por exemplo, não tivemos lesões musculares. Mas existe um desgaste muito grande com as viagens, quase sempre muito longas. Mesmo assim é uma competição que dá prazer, me seduz e vale todo o esforço. Confio no trabalho que será feito", encerrou.