Grêmio tenta achar saída. Mas rescisão de Kleber depende até do Cruzeiro
Marinho Saldanha
Do UOL, em Gramado (RS)
14/01/2015 06h00
A rescisão de Kleber Gladiador é um problema para o Grêmio. O atacante de 30 anos não será aproveitado, não está perto de ser negociado, não foi procurado por muitos clubes, e a cada dia que passa o cenário de rescisão fica mais próximo. Mas mesmo assim não será fácil. A direção do Tricolor simulou cenários e ainda procura a melhor maneira de contemplar tantas partes. Até mesmo o Cruzeiro precisa sair satisfeito no acerto.
O time mineiro tem 50% dos direitos econômicos do jogador. Em caso de quebra simples de contrato, precisaria receber algo pois não haveria nova venda. Um percentual sobre o valor do atleta, uma cifra a ser definida, qualquer movimento precisa da aprovação mineira. E apenas após isso é que o acordo poderia ser feito.
E há outras partes. O Grêmio está disponível a analisar o que for apresentado. Surgiram clubes interessados em empréstimo, mas sem pagar uma parte relevante do salário de R$ 500 mil mensais do Gladiador. E assim se torna inviável no objetivo de reduzir a folha de pagamentos. Quem contratar eventualmente o Gladiador precisará pagar uma fração significativa dos vencimentos dele.
Kleber e seu agente precisam ser contemplados também. O jogador precisa receber uma quantia em dinheiro. Há pagamento de comissões previsto para o agente. E tudo precisa acontecer para finalizar o acerto.
O diretor executivo de futebol gremista, Rui Costa, admite ter feito simulações para encontrar uma maneira viável a todas as partes envolvidas na negociação. No entanto ainda não achou uma maneira de equalizar a conta. Já enviou uma propostas, já recebeu contrapropostas, mas não há definição.
A crença gremista é que tal situação também incomode o jogador. Ele se apresentou nesta terça-feira, no elenco formado por aqueles que não fazem parte dos planos do técnico Luiz Felipe Scolari. E esta situação emperra a carreira.
Porém, o camisa 30 está seguro. Tem um contrato que dificilmente seria repetido por outro clube. Mais dois anos para receber R$ 500 mil mensais jogando ou não na equipe principal. Há uma parte comprometida via direitos de imagem e outra em Carteira de Trabalho. Ou seja, a rescisão precisará partir de uma engenharia que agrade várias partes e não desfalque de forma irreversível os cofres do clube.
Kleber teve problemas pessoais com Luiz Felipe Scolari no Palmeiras. Ainda no fim do ano passado, teve regresso descartado. E agora depende deste complicado acerto para não vestir novamente a camisa gremista.