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Para reconquistar lugar, Sheik adota discrição e foge de microfones nos EUA

Sheik foi único titular do Corinthians a não atender jornalistas nos EUA - Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians
Sheik foi único titular do Corinthians a não atender jornalistas nos EUA Imagem: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

Dassler Marques

Do UOL, em Jacksonville (EUA)

19/01/2015 06h00

Entre os jogadores mais requisitados do Corinthians, Emerson Sheik demonstrou que não está disposto a chamar a atenção no retorno ao clube. A prioridade dele, campeão mundial em 2012 e dispensado em 2014, é trabalhar em silêncio e reconquistar seu espaço de maneira discreta. 

Em 10 dias de pré-temporada nos Estados Unidos, de onde a delegação saiu no domingo, Sheik foi o único titular do Corinthians que não concedeu entrevistas, seja coletivas ou exclusivas. Nem mesmo na beira do gramado de Orlando, após a derrota para o Colônia-ALE, ele aceitou falar. No site oficial do Corinthians, Emerson ainda é o único jogador cuja fotografia é de dois anos atrás. 

Por enquanto, a estratégia de reclusão ao trabalho é para evitar qualquer tipo de polêmica que atrapalhe seu reposicionamento no elenco. Questões sobre a troca de rusgas com o antigo treinador Mano Menezes, o comentado ciúmes quanto a Alexandre Pato em 2013, a dispensa do Botafogo e o contrato que irá se encerrar em julho poderiam incomodar. 

A cautela que parte de Sheik, aliás, é semelhante à que o próprio clube adota em relação a ele já desde o fim do ano passado. Nem Tite e nem a diretoria, em nenhum momento, trataram com empolgação sobre o retorno dele ao Corinthians. Oficialmente, o clube só confirmou que Emerson viajaria a dois dias do embarque aos Estados Unidos, embora fosse algo admitido de maneira mais reservada desde dezembro. 

Ao retornar, Emerson se mostra aparentemente integrado ao grupo que fez parte em três das últimas quatro temporadas, mas que mudou bastante em 2014. As conversas e brincadeiras com os colegas, como Fábio Santos e Renato Augusto, são rotineiras durante as atividades. Paolo Guerrero, em entrevista na sexta-feira passada, fez alguns elogios ao novo - e velho - parceiro de ataque. 

Mas, internamente, Sheik deixou claro que quer trabalhar em silêncio. A sensação de funcionários do Corinthians é que Emerson iria voltar motivado para dar a volta por cima um ano após sua dispensa e o empréstimo ao Botafogo, do qual foi demitido. Nos primeiros dias de trabalho, de fato, isso ficou evidente. O atacante se mostrou em boa condição física, ganhou rapidamente o lugar no time de Tite e teve atuações regulares contra os times alemães. Sem "tirar a mordaça" da boca.