Marin cede a lobby e racha com Dunga e Gilmar para manter Gallo na CBF
Considerada praticamente inevitável dentro da CBF, a demissão de Alexandre Gallo foi demovida da cabeça de José Maria Marin, presidente da entidade. Em reunião na última quarta-feira no Rio de Janeiro, Marin decidiu dar sobrevida ao treinador da seleção sub-20 até o Mundial da categoria, que começa em 30 de maio.
Diversos pontos, alguns técnicos e outros nem tanto, motivaram a decisão do presidente da CBF. Pessoas com trânsito na entidade veem Gallo com força política muito grande. Delfim Peixoto Filho, presidente da Federação Catarinense, um dos próximos vices da CBF e conselheiro de Marin, é defensor ferrenho do treinador. Ele gostaria, por exemplo, que Gallo ocupasse o lugar preenchido por Dunga após a demissão de Luiz Felipe Scolari.
A favor de Gallo também pesa o fato de ter levado as seleções sub-20 e sub-23 para diversos estados nos últimos dois anos, do Amapá até Santa Catarina, passando pelo Distrito Federal. Esse trabalho fortaleceu o nome do treinador diante daqueles que influenciam a decisão de José Maria Marin, em reta final de mandato.
Na área técnica, pesou o tempo pequeno até o Mundial sub-20, já que a apresentação do elenco está marcada para 11 de maio e não há outra convocação prevista antes da definitiva. Enquanto isso, o time sub-17 se prepara para o Sul-Americano da categoria. Então, Marin entendeu que a mudança nesse momento não traria garantias de melhores resultados a curto prazo. Assim, o Mundial passa a ser decisivo para Gallo seguir, ou não, até a Olimpíada.
A decisão de Marin vai contra a opinião de Dunga e Gilmar Rinaldi, diretor de seleções. A dupla, que jamais se manifestou em prol de Gallo e está na Europa, era favorável à demissão do treinador dos times sub-20 e sub-23. Foi por pessoas em comum a ambos que se soube, no Internacional, que Clemer era o favorito para ser contratado.
Isolado dentro da CBF, Gallo sabe que só um grande Mundial sub-20 pode reverter o panorama ruim pelo quarto lugar e futebol pobre no Sul-Americano. O treinador pretende mexer de 30% a 40% no elenco, mesmo sem tempo para fazer muitos testes. Ele gostaria de fazer convocação para algum tipo de amistoso, mas foi avisado que os clubes brasileiros dificilmente abririam mão de seus jogadores nesse momento. Robert, do Fluminense, é uma novidade que Gallo quer incorporar ao time.
A aliados, Gallo também declarou que não vê justiça em perder o time sub-23 por conta dos resultados ruins com a sub-20. Para o treinador, disputar a Olimpíada seria a grande oportunidade da carreira. Com essa categoria, ele foi bicampeão do Torneio de Toulon em 2013 e 2014. Os amigos, porém, descrevem abatimento no técnico pela perda de prestígio.
Ao assumir em abril, o novo presidente Marco Polo Del Nero irá contratar um coordenador para concentrar as decisões da base da CBF, vaga que tem Erasmo Damiani, do Palmeiras, como favorito. Sobrecarregado de trabalho na entidade, o também coordenador Alexandre Gallo já aceitou essa mudança no organograma.
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