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Acusado por meia da URT, árbitro nega racismo e não descarta ação judicial

O árbitro Ronei Cândido Alves nega injúria racial contra o jogador da URT - Divulgação/FMF
O árbitro Ronei Cândido Alves nega injúria racial contra o jogador da URT Imagem: Divulgação/FMF

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

23/02/2015 16h29

Acusado de racismo por Júnior Paraíba, meia-atacante da URT, o árbitro Ronei Cândido Alves se pronunciou nesta segunda-feira sobre a situação. Indignado, ele nega ter chamado o atleta de ‘macaco’, promete levar o caso ao Tribunal de Justiça Desportiva de Minas Gerais e não descarta mover uma ação contra o atleta por calúnia e difamação, deixando claro que consultará os seus advogados para ir adiante com o caso.

Em contato telefônico com o UOL Esporte, o juiz da Federação Mineira de Futebol (FMF) assegura que, em nenhum momento, pediu ao atleta do time de Patos de Minas para que não fosse registrada ocorrência.

“O que eu quero é mostrar o lado do homem Ronei e o árbitro. Isso (palavra macaco) não faz parte do meu vocabulário e crio meu filho para que isso não exista. Não faz parte do meu vocabulário. A imagem mostra um atleta que sai do campo de marcação, vem reclamar veementemente com o árbitro, porque não fica satisfeito com um cartão amarelo. Temos três atletas, possíveis testemunhas ao seu lado, que se portaram com tranquilidade. Se você pegar o jogo todo, o único momento que tem encontro nosso é esse. Ele demora 35 minutos para dizer que ouviu falar a palavra e que não foi chamado. As imagens mostram que não há discussão entre atleta e arbitro”, afirmou.

“O atleta não procura o policiamento para fazer a reclamação e sim o presidente. Ele não cita o fato de injuria racial. As testemunhas fogem do assunto, porque não ouviram nada. Alguns sites negociam na região que implorei e pedi desculpas ao atleta, mas é mentira, porque não houve a ação. É mentira, é uma inverdade. O que disse foi: ‘você tem certeza que deseja seguir por esse lado? Não fiz absolutamente nada e você pode atrapalhar a carreira de um profissional sério, de um pai de família”. Esse modismo tem que acabar, porque agora tentaram levar para um árbitro. Se ele se sentisse ofendido, ele iria até o final, mas desistiu de fazer o boletim ocorrência”, acrescentou.

A acusação de Júnior Paraíba contra Ronei Cândido Alves causou revolta da torcida. Parte do público presente se manifestou por conta da suposta atitude do árbitro, mas acabou repreendida pela Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG). O órgão responsável pela segurança utilizou bala de borracha e bombas para dispersar o movimento. Cerca de 20 pessoas ficaram feridas e foram encaminhadas para o hospital, fato que o juiz do jogo lamenta.

“A infelicidade das palavras de um atleta levou 30 pessoas ao hospital, clima hostil de um jogo. consegui levar a partida sem nenhum problema”, disse.

Questionado sobre a possibilidade de mover uma ação judicial contra o atleta, Ronei Cândido Alves não descartou: “Vamos encaminhá-lo ao TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) da Federação (Mineira de Futebol – FMF). Nesse momento, fora da Federação, não sei como vamos nos proceder com os nossos advogados. Mas existe a possibilidade (de mover um processo contra ele) sim. Vou buscar os meus direitos até o final”, concluiu.