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Cruzeiro perde líder com aposentadoria de Tinga. Paulo André é substituto

Tinga revela que se aposentará ao término de seu contrato com o Cruzeiro, em abril - Dionizio Oliveira/UOL
Tinga revela que se aposentará ao término de seu contrato com o Cruzeiro, em abril Imagem: Dionizio Oliveira/UOL

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

23/02/2015 06h00

A aposentadoria de Tinga, prevista para o mês de abril deste ano, quando se encerra o seu contrato com o Cruzeiro, pode atrapalhar o grupo comandado por Marcelo Oliveira. Nos bastidores da Toca da Raposa II, a saída do meio-campista é considerada a perda de uma referência para elenco bicampeão nacional.

Jogadores, membros da comissão técnica e da diretoria não escondem que a despedida do volante, de 37 anos, será maléfica para a manutenção do espírito do plantel. Recentemente, o gerente de futebol Valdir Barbosa analisou a situação e não esconde que o fim do vínculo de Tinga representa a perda de uma referência.

“O Tinga já conversou conosco a respeito disso. É um camarada muito consciente de sua carreira. Nos ajudou bastante e continua nos ajudando, porque é motivador, agregador e faz o meio de campo entre jogadores, comissão técnica e diretoria, porque é líder, junto com o Fábio”, afirmou.

“O trabalho que ele nos presta é alvo de agradecimento da diretoria, da comissão técnica e tenho certeza que também do nosso torcedor, porque é um atleta que trabalha em prol do nosso grupo”, acrescentou.

Diante de todas as características apontadas por Valdir Barbosa, o UOL Esporte buscou a palavra de um especialista em psicologia esportiva para saber o quão impactante pode ser a ausência de Tinga na Toca da Raposa II.

O psicólogo esportivo Eduardo Cillo crê que a saída do jogador pode atrapalhar bastante o desenvolvimento do elenco comandado por Marcelo Oliveira e aponta a necessidade de encontrar um substituto para o posto ocupado pelo volante.

“Pode fazer bastante diferença (a saída do Tinga do Cruzeiro). Quanto mais importante o papel dele, maior pode ser o prejuízo. É difícil repor, às vezes, dependendo da condição do elenco, um atleta deste patamar, porque foge das quatro linhas. É importante que exista outro atleta que exerça essa função. Há o papel do Marcelo (Oliveira) para que possa fazer essa escolha. Lideranças levam tempo para serem formadas e acredito que pode ser um prejuízo sim”, declarou.

Existem nomes no elenco que podem suprir a ausência de Tinga no elenco do Cruzeiro. Recém-contratado, o zagueiro Paulo André tem o perfil de liderança destacado por Marcelo Oliveira. Pouco antes de o meio-campista confirmar a sua aposentadoria, Marcelo Oliveira comentou a situação.

“Eu gosto dessa forma de ele ser e agir no grupo. Acho que ele é esclarecido, articulado e acho que essa liderança será positiva. Até sinto falta, às vezes, no grupo do futebol de líderes, pessoas que tenham leitura de jogo, possam influenciar no dia a dia. Acho que o Paulo André é desse perfil. Sobre a questão do Bom Senso, ele, naturalmente, questiona e contesta coisas que podem melhorar para classe dos jogadores”, observou.