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Fred diz que sofreu mais após Copa por atuar no Brasil: 'só Neymar brilhou'

Fred foi um dos principais alvos de críticas após o fracasso da seleção brasileira - Fabrice Coffrini/AFP
Fred foi um dos principais alvos de críticas após o fracasso da seleção brasileira Imagem: Fabrice Coffrini/AFP

Do UOL, no Rio de Janeiro

13/03/2015 15h01

Um dos principais alvos de críticas após o fracasso da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2014, o camisa 9 Fred diz ter sofrido mais que outros companheiros de equipe após o 7 a 1 sofrido diante da Alemanha por atuar no Brasil.  Para o jogador do Fluminense, o fato de disputar jogos no país logo após o fiasco tornou sua situação mais complicada que a de seus companheiros no Mundial.

“Eu estava muito sensível [após o 7 a 1], e uma derrota, um fracasso, te faz pensar. Me falaram que no Brasil eu não jogaria mais. Se fosse em outro clube ,que não tivesse identificação, seria uma situação bem complicada. Quando voltei fiquei parado, voltei dois jogos no banco e o time ganhando. Pensei: ‘o que faço para voltar?’. Se fosse outro clube poderia entrar em queda livre. Mas o Fluminense deu força para eu me reerguer. Eu gostava do torcedor do Brasil inteiro, mas daqui a pouco parecia que era sempre o Fred contra os adversários. Todas as torcidas vaiando, cartazes contra”, lembrou o atacante em entrevista ao Arena SporTV

“Por eu permanecer no Brasil eu jogava na quarta e no domingo, então tinham mais oportunidades para dar uma cutucada, alfinetada. Eu nem estava jogando mal, às vezes, mas aí por causa da Copa, já criticavam e emendavam tudo”, lembrou o camisa 9 da seleção no Mundial.

Criticado por pegar pouco na bola durante a Copa do Mundo, Fred se defendeu destacando sua movimentação em campo na competição. Para o camisa 9, o problema foi o mau desempenho coletivo da equipe comandada por Felipão.

“Na Copa do Mundo estava no meu melhor peso, percentual de gordura, minha melhor movimentação. Eu dependo muito do coletivo e não apareceu. O único que teve destaque foi o Neymar em jogadas individuais, só ele brilhou. Foi o que realmente prejudicou a nossa equipe [o mau desempenho coletivo]. O que me confortava era que nossa equipe ia jogar coletivo e esperava o mata-mata para o meu futebol evoluir, mas isso acabou também não acontecendo. Fomos mal contra o Chile, não evoluímos. Contra a Colômbia foi a mesma coisa”, analisou o capitão do Fluminense.

Questionado sobre uma possível redenção dos zagueiros Thiago Silva e David Luiz com a participação fundamental na classificação do Paris Saint-Germain diante do Chelsea nas oitavas de final Liga dos Campeões, na última quarta, Fred reconheceu que a marca pelo fiasco dificilmente será apagada.

“Apagar é impossível. Infelizmente, quem participou vai ficar marcado de forma negativa. Mas aquilo não pode te deixar como péssimo jogador. Temos o Thiago [Silva], o David [Luiz], que fazem parte da seleção. Não foi só um jogo [contra a Alemanha], mas a Copa nossa foi muito ruim. Pegar esses jogadores e não mais convoca-los seria uma grande injustiça. Tive momentos difíceis na carreira, e aquele foi um dos mais cruéis, pela avalanche de criticas. Já me preparava para receber algumas antes da Copa. Recebi coisas boas na Copa das Confederações, mas não me enganou. Eu me preparei para algum fracasso, derrota, que seria pressão muito grande. O que não me preparei era essa avalanche de criticas. Afetou muito minha família. Minha família ficou triste, queria que eu deixasse o país”, recordou o atacante tricolor.

Após a Copa do Mundo, Fred foi o artilheiro do Campeonato Brasileiro de 2014 e hoje lidera o ranking de goleadores do Campeonato Carioca, com seis gols em nove jogos.