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Como Robinho ajudou volante a se tornar referência em desarmes no Brasil

Willians tornou-se referência em roubadas de bola no Brasil - AFP PHOTO / Douglas MAGNO
Willians tornou-se referência em roubadas de bola no Brasil Imagem: AFP PHOTO / Douglas MAGNO

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

20/03/2015 06h05

Imagine um garoto oriundo dos campos de várzea, recém-chegado a um grande clube, com a incumbência de anular o principal jogador do país. Não é preciso nem criar uma situação. Tudo isso aconteceu durante os treinamentos do Santos no CT Rei Pelé, entre 2002 e 2005, período em que Willians defendeu a equipe. Nas categorias de base, o volante, que hoje defende o Cruzeiro, era o responsável por marcar Robinho em treinos coletivos.

Mais de uma década depois, o meio-campista se lembra das histórias vividas na Vila Belmiro com felicidade. Nos dias atuais, quando o assunto é desarmar os principais jogadores do futebol brasileiro, o camisa 5 do time comandado por Marcelo Oliveira é referência.

Para se ter uma ideia de sua marcação implacável, na edição passada do Campeonato Brasileiro, o volante foi o atleta que mais desarmou pelo Internacional, clube que defendeu até fevereiro, quando se transferiu para a Toca da Raposa II.

Ciente da necessidade de evoluir constantemente, Willians enaltece a passagem pelo Santos e também o período que defendeu a Udinese, da Itália. O volante crê que estes dois períodos foram fundamentais para a sua evolução.

“Com certeza ter que marcá-los (Robinho, Diego e companhia) durante os treinamentos ajudou a moldar o meu futebol. Era difícil, dava muito trabalho. Acho que isso e a minha saída para o futebol da Europa me ajudaram muito. Fico muito feliz por ter aprendido tudo isso lá no Santos e lá fora. Eu tenho quase 30 anos, já aprendi muitas coisas, mas tenho muito o que aprender”, disse ao UOL Esporte.

“Tinha que marcar o Robinho nos treinos, eu sou da época dele, do Diego... Imagine isso para um garoto de 17, 18 anos (risos). Tinha uma turma muito boa, todos esses caras que foram campeões brasileiros em 2002 e 2004. Então, foi muito bom para eu aprender”, acrescentou.

Embora o seu primeiro clube na carreira tenha sido o Santos, Willians pratica o esporte desde criança. Entre a infância e a adolescência, ele atuou por times de várzea de Praia Grande, no litoral paulista. O volante relembra com carinho de sua história.

“Comecei muito velho. Acho que com 17, 18 anos eu entrei no Santos, mas eu sempre joguei várzea. Fiz um teste contra o Santos e acabei ficando. Foi muito ter tido esse momento na minha carreira. Poucos jogadores chegam com essa ascensão. Sou muito agradecido por Deus ter colocado esse clube maravilhoso no meu caminho. Depois, eu passei por Santo André, Flamengo, Internacional e, agora, o Cruzeiro. Tenho que agradecer a Deus por tudo isso”, concluiu.