Segundo maior devedor do NE, Vitória diz desconhecer dívida de R$ 50mi
No cadastro de inadimplência das entidades esportivas divulgado na última quinta-feira (19) pelo governo federal, o Vitória aparece como o segundo maior devedor entre os clubes nordestinos do futebol brasileiro. No raking geral do país, ocupa a 13ª colocação.
Quem lidera o ranking da região é o Sport, com R$ 59 milhões em débitos com a União.
O rubro-negro baiano possui dívida de mais de R$ 50 milhões. Só no último ano, este montante cresceu em 12%.
Embora o número seja expressivo, o Vitória contesta o valor.
De acordo o presidente do clube, Carlos Falcão, esta dívida está atrelada ao Vitória S/A (entidade fundada em 1998) e que não possui mais ligações com o Esporte Clube Vitória.
"São duas empresas distintas. A dívida de R$ 50 milhões não é do Esporte Clube Vitória. Foi de uma outra diretoria. São duas empresas separadas cada qual com sua diretoria e decisões", diz Falcão.
O mandatário rubro-negro calcula a dívida do clube hoje em R$ 15 milhões. Segundo ele, 64% deste valor já teria sido negociado pela Timemania (loteria esportiva organizada pelo governo federal) e o restante estaria na Justiça, uma vez que o clube não reconhece a origem do débito.
Na planilha do governo federal, porém, o número que vale são os R$ 50 milhões que constam listados e não os R$ 15 milhões apregoados pelo presidente Falcão.
Com a medida provisória encaminhada pela presidente Dilma Rousseff (PT), os clubes terão de 10 a 20 anos para zerarem os encargos federais.
Mesmo com a enorme despesa em aberto, o Vitória conseguiu o patrocínio da Caixa Econômica desde 2013. Um dos recursos usados foi colocar o patrimônio do clube (o estádio do Barradão) como garantia no contrato com o banco.
EXEMPLO DE GESTÃO
Em 2013, um levantamento estatístico da empresa Pluri Consultoria colocou o Vitória como um dos seis clubes brasileiros que não possuía dívidas na relação entre faturamento gerado e despesas a serem descontadas (incluindo contribuições à Fazenda).
Os demais seriam Atlético-PR, Corinthians, São Paulo e Sport. O Vitória aproveitou para alardear a condição de "clube com finanças equilibradas" e também para alfinetar o rival Bahia, que, na ocasião, dispunha de negativo de R$ 46 milhões.
À época, a oposição do Vitória contestou o suposto equilíbrio do clube. O ex-presidente Paulo Carneiro, criador da marca Vitória S/A, disse que os números estavam mascarados. E que o Esporte Clube Vitória tinha arrolado a dívida para a empresa afim de passar uma imagem de clube saneado.
"O equilíbrio do Vitória é só aparentemente. Pois ele é sucessor da dívida do Vitória S/A, que é enorme", disse, à época.
O Vitória S/A teria só de dívida trabalhista mais de 113 ações, segundo última atualização de dois anos atrás.
CRIAÇÃO DA EMPRESA
A criação do Vitória S/A ocorreu no fim da década de 1990. O clube criou uma empresa de capital aberto e captou investimento de um fundo estrangeiro para administrar o futebol. A negociação foi fechada em U$ 6 milhões (hoje valeriam R$ 19,4 milhões).
Este movimento ocorreu no boom das clubes empresas no Brasil. A ideia era transformar o Vitória em uma gestão profissional divido em ações e com uma gestão remunerada.
O modelo acabou não prosperando e, em 2004, o Esporte Clube Vitória voltou a administrar o futebol e demais áreas. Embora não tivesse mais utilidade, o Vitória S/A não pode ser fechado até hoje por conta das enormes dívidas e encargos trabalhistas que possui.
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