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Mãe do filho de Neymar quer ser muito mais que... a mãe do filho do Neymar

Juliana Alencar

Do UOL, em Santos

06/04/2015 12h00

Sem quase nenhuma maquiagem, Carol Dantas aparenta ter pouco menos que seus 21 anos. E é assim que a mãe de Davi Lucca, único filho de Neymar, surge na sala de seu apartamento em Santos, no litoral paulista. Está descalça, usando um vestido simples, preto. Leva uma "bronca" da sua assessora.

"Ela sempre diz que eu preciso me arrumar mais", diverte-se, posicionando os longos cabelos loiros de modo a cobrir o decote. 

Ex-namorada do craque do Barcelona, Carol evita dizer nominalmente o nome do atacante. Durante a entrevista exclusiva ao UOL Esporte, refere-se a ele como o "pai do Davi Lucca". O que pode parecer um sinal de rusga, é, na verdade, um artifício para rebater o aposto "mãe do filho de Neymar", ainda que seja por ele que as pessoas a conheçam. 

"Não é que eu me incomode, mas estou seguindo minha vida, sabe?", afirma, jurando ter relutado antes de topar ganhar dinheiro com esse título. Desde 2014, Carol faz trabalhos como modelo para marcas populares de roupas femininas e presenças VIP em eventos em São Paulo. Recentemente, lançou a loja virtual da grife masculina da qual virou sócia, a Mr. Bear. Em ambos os casos, ter o vínculo com Neymar contou a favor. 

"Meu sonho era ser médica, mas a gravidez acabou mudando os planos. Não tenho mais como fazer uma faculdade em tempo integral. Tive que escolher trabalhos que não limitassem o meu tempo com o Davi. Ele é muito apegado a mim", justifica. É do seu apartamento, nos intervalos dos compromissos com o filho, que ela trata de negócios. 

O imóvel que Carol mora foi um presente de Neymar para Davi. Não faz jus à fortuna do pai - estimada em R$ 454,8 milhões, segundo levantamento divulgado em março pelo site Goal.com -,  mas é grande o bastante para o menino viver com a mãe. Com a pensão que recebe de Neymar - cerca de R$ 30 mil - e a renda obtida com os trabalhos esporádicos, ela consegue levar uma vida confortável, mas sem grandes ostentações.  

"Não sou disso", orgulha-se. Filha de uma família de classe média de Santos, Carol foge do perfil das mulheres com as quais Neymar teve o seu nome associado desde que passou a ser personagem nas editorias de entretenimento. Passa longe do perfil de it-girl e diz odiar "se montar". O look do dia é aquele suficientemente confortável para brincar com Davi.

Carol passa a maior parte do tempo sozinha com Davi. Uma babá, contratada depois que mãe e filho deixaram o triplex da família do jogador, também em Santos, é sua companhia mais frequente. Carol está oficialmente solteira. Por questões de segurança, diz ainda não ter coragem de colocar nenhuma pessoa para conviver com o seu filho. "É uma situação muito delicada", argumenta. 

Davi Lucca é tratado como o rei da casa. Para onde quer que se olhe, há sinais do menino são fotos, brinquedos e até um quadro pintado por um fã que imita os traços do artista plástico Romero Britto. Carol tem um fã-clube, herdado da época em que seguidoras de Neymar torciam para que os dois ficassem juntos. Carol e Neymar não namoravam quando o bebê, hoje com três anos, nasceu.

"O pai do Davi e eu nos damos bem. Não foi preciso discutir nada na frente de um juiz. Quando ele quer vê-lo, o coloco no avião e pronto", explica. É a avó paterna, dona Nadine, quem acompanha o menino nessas viagens rápidas a Barcelona.

Não há registros de troca de farpas, públicas ou mesmo nos bastidores, entre Neymar e a ex. A aparente boa relação entre eles, inclusive, já fez a jovem passar por algumas situações constrangedoras. Já perdeu as contas de mulheres que forçaram amizade com ela para se aproximarem do camisa 10 da seleção. 

Carol volta a citar "o pai do Davi" quando dispara a falar sobre os feitos e as gracinhas do garoto, que completará 4 anos em agosto. Diz que o interesse por futebol é como de qualquer menino e que a relação com esporte não passa pela consciência de ser o filho do maior jogador do país na atualidade.  "Ele acha que todo pai é como o dele", resume.

Davi estuda numa escola que segue a linha construtivista.  Mas, criado numa realidade onde o comum é o excesso,  ela diz ter dificuldades em educá-lo dentro de um estilo de vida mais "modesto":  "Tento fazer com que o Davi valorize o dinheiro. Mas o pai mima muito, dá muito presente. Não posso julgar, porque ele está longe, né? Quer agradar quando está junto".