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Fora da linha de frente, Fábio Koff vira 'consultor' de futebol do Grêmio

Fábio Koff (e) foi fundamental para eleição de Romildo Bolzan Jr (d). Hoje é "consultor" - Lucas Uebel/Divulgação/Grêmio
Fábio Koff (e) foi fundamental para eleição de Romildo Bolzan Jr (d). Hoje é 'consultor' Imagem: Lucas Uebel/Divulgação/Grêmio

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

08/04/2015 06h00

Alegando razões pessoais, Fábio Koff deixou o departamento de futebol do Grêmio no início de março. Figura importante na eleição de Romildo Bolzan Júnior, o ex-presidente era vice de futebol e sua sequência na linha de frente foi base na campanha eleitoral. Afastado, ele ainda é presente nos bastidores e atua como 'consultor' do departamento. 

"Ele estava com problemas particulares. Pediu para se afastar e não devemos ficar incomodando ele com qualquer coisa. Mas ele nos ajuda como sempre ajudou. Conversa, opina. Nunca aparece no Centro de Treinamentos, mas ele se afasta não afastando", disse o diretor de futebol gremista, César Pacheco. 
 
A saída de Koff foi lenta e completou uma mudança total no departamento de futebol proposto durante a eleição que levou Bolzan ao cargo máximo do clube. Na época de campanha, a dupla Fábio Koff e Duda Kroeff simbolizava dois ex-presidentes importantes na história do clube comandando a pasta mais alta. Nenhum dos dois segue. 
 
Ambos deixaram os postos por questões pessoais. César Pacheco assumiu como diretor e não há previsão da ocupação do cargo de vice. Abaixo do comando político, Rui Costa segue como diretor executivo.
 
"O presidente Fábio Koff é um dos maiores ou o maior presidente da história do Grêmio. Foi bicampeão da Libertadores, campeão Mundial, Brasileiro... de tantos títulos. A presença dele é muito importante. Há um grande respeito a ele no clube", disse Pacheco. 
 
Talvez o principal responsável pela contratação de Luiz Felipe Scolari e amigo pessoal do treinador, Koff ouviu o desejo de boa sorte quando deixou o futebol gremista. E hoje se vê afastado, mas mantém o mesmo respeito. 
 
"Ele sempre foi nossa referência. É como um pai para todos aqui. É quem solicitávamos conselhos, ouvíamos quando precisávamos de uma palavra amiga, pela sabedoria que tem. Entendemos perfeitamente sua saída e queremos passar, e ele já sabe, que em primeiro lugar vem o que tem falado, a família. Aquele convívio com a Dona Ivone [esposa] que tem há 50 ou 60 anos. Vai estar conosco em um ou outro dia. E vamos sempre estar com ele. Apoiamos e desejamos que tenha sido a decisão mais sensata possível", disse o técnico na época. 
 
Os assessores pessoais do ex-presidente também perderam cargo. Hoje, além de 'consultor' do departamento de futebol, ele também trabalha na negociação da compra da administração da Arena. Está autorizado a representar o clube em uma iniciativa pessoal que teve ainda quando era presidente. Neste ponto, esbarra no problema pelo qual passa a OAS. Envolvida nas denúncias da Operação Lava-Jato da Polícia Federal, a empresa tem dificuldades de negociação e bens bloqueados. 
 
Com 82 anos, Fábio Koff hoje é um homem de bastidor. É 'presente sem estar presente', está longe das decisões mas será sempre opinião considerada. É procurado em momentos de crise, consultado sobre passos importantes. Mantém sua ligação ao clube mesmo que hoje longe dos holofotes.