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Amaral explica choro: "se caíssemos, diriam que eu vim enterrar o time"

Vagner Magalhães

Do UOL, em São Paulo

09/04/2015 13h13

Aos 42 anos, o volante Amaral caiu no choro na noite de ontem, após o seu time, o Capivariano, vencer a Ponte Preta por 3 a 0 no estádio Carlos Colnaghi, em Capivari. O resultado foi suficiente para que um dos caçulas do Campeonato Paulista pudesse se manter na Série A-1, a primeira divisão de São Paulo.

"Se caísse, iriam dizer que o Amaral acaba de enterrar o Capivariano. Já tinha a piada pronta. Eu me emocionei muito. Foi como comemorar um título", disse ele. Antes de ser jogador, Amaral trabalhou em uma funerária, decorando os caixões e arrumando os defuntos. Durante a sua carreira, porém, popularizou-se que ele havia sido coveiro.
 
"Eu cheguei no Capivariano e muitos não acreditavam em mim. Mas o presidente e os meus amigos confiaram . Foi uma coisa emocionante, que vai ficar marcada para o resto da minha vida. Eu me machuquei logo na minha estreia. Fiquei um mês parado. Voltei no banco. Não queria jogar pelo nome, mas por merecimento", diz.
 
Segundo Amaral, antes do jogo contra a Ponte Preta ele recebeu várias mensagens de seus amigos, dando força a ele para a partida. "Para a cidade é um mérito muito grande. Muitos clubes como o Bragantino, que já foi campeão paulista, a Portuguesa, que foi vice-campeã brasileira, caíram. A cidade está em festa. Tenho de agradecer o presidente, o Vadinho, que acreditou em mim. Muitos disseram que eu vinha fazer marketing, que eu estava velho".
 
Durante a partida, que foi totalmente dominada pelo Capivariano, Amaral diz ter feito um jogo muito bom, apesar da preocupação da comissão técnica com ele. "O pessoal a todo momento perguntava se dava para eu continuar. E eu dizia que sim. Mostrei que mesmo com 42 anos tenho condição de jogar em qualquer clube no Brasil", afirma.
 
Apesar dessa confiança, ele conta ter recebido várias mensagens de seus amigos da Austrália e da Indonésia, onde chegou a atuar antes de encerrar pela primeira vez a carreira.
 
"Quando se tem uma certa idade, o que sobra para a gente é esse tipo de mercado. Mas vou ficar no Capivariano até o fim do meu contrato, agora em abril, e depois definir o que será daí para a frente". O Capivariano está na disputa da Copa do Brasil e depois joga a Copa Paulista. "Quem sabe a gente surpreende e pode chegar longe".