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Campeões, técnicos novatos superam medalhões em quase todos estados do País

Ricardinho, no quinto trabalho da carreira, é campeão pernambucano pelo Santa Cruz - Antônio Melcop/Santa Cruz
Ricardinho, no quinto trabalho da carreira, é campeão pernambucano pelo Santa Cruz Imagem: Antônio Melcop/Santa Cruz

Do UOL, em São Paulo

04/05/2015 06h00

Joel Santana é o Rei do Rio, com títulos cariocas pelos quatro grandes.

Mas foi justamente ao troca-lo por um treinador 24 anos mais jovem, Doriva, que o Vasco deu passo importante para começar a temporada com uma taça que não ganhava desde 2003. O exemplo vascaíno não é o único de rejuvenescimento entre treinadores campeões que os Estaduais apresentaram com seu desfecho por quase todo o Brasil no último domingo.

Marcelo Fernandes (Santos, 44 anos), Itamar Schülle (Operário, 48 anos), Ricardinho (Santa Cruz, 38 anos) e Marcelo Chamusca (Fortaleza, 48 anos), além do próprio Doriva (Vasco, 42 anos) ficaram com praticamente todos os títulos estaduais mais importantes. Outra novidade é Leonardo Condé, 37 anos e vice-campeão mineiro pela Caldense, derrotada pelo Atlético-MG do experiente Levir Culpi. 

O uruguaio Diego Aguirre, 49 anos, não pode ser tratado como um iniciante e já levou o Peñarol-URU até a final da Copa Libertadores. Mas, para o mercado brasileiro, é uma novidade com o campeão gaúcho Internacional a triunfar sobre o Grêmio do medalhão e campeão mundial Luiz Felipe Scolari. Aguirre sofreu no início, mas venceu o Gaúcho com sete jogadores das divisões de base no time titular, seis deles com menos de 23 anos. Ressaltou, após a conquista, as dificuldades passadas. 

Foi com receita completamente oposta, sem dispor de grandes talentos jovens, que Doriva tirou o Vasco da fila no Rio de Janeiro. Campeão paulista de 2014 pelo modestíssimo Ituano, ele novamente formou uma equipe de poucos valores individuais, mas muito aplicada taticamente. Nada mal para quem iniciaria a temporada no Botafogo-SP até receber um telefonema de Eurico Miranda. 

O quesito surpresa também fez de Marcelo Fernandes a solução para o Santos de tão poucos recursos nos primeiros meses do ano. Insatisfeita com Enderson Moreira, a direção santista promoveu o antigo auxiliar técnico de Muricy Ramalho e Oswaldo de Oliveira, a quem Fernandes bateu no domingo. A economia mensal com a mudança foi de quase R$ 200 mil, já que o treinador campeão recebe cerca de R$ 20 mil. A receita dele foi seguir os mais experientes, sobretudo Robinho, e deixar os jogadores mais soltos dentro e fora de campo. 

Apontado como um treinador promissor pela leitura de campo que tinha quando atuava, Ricardinho conquistou o primeiro título da carreira pelo Santa Cruz. Ele tinha duas passagens pelo Paraná Clube, além de tentativas frustradas pelo Avaí e pelo Ceará, mas triunfou no Campeonato Pernambucano enquanto outras equipes se preocupavam com o Nordestão. O meio-campo qualificado, com bom toque de bola, foi um dos méritos do Santa. 

Com mais de 20 clubes comandados no sul do Brasil, pródigo em revelar treinadores, Itamar Schülle teve seu momento de glória pela primeira vez ao conquistar o Campeonato Paranaense. A forma como o Operário de Ponta Grossa passou pelo Coritiba com 5 a 0 no placar agregado da decisão dá ainda mais créditos a Itamar. O time do interior tinha 14 vices em 103 anos de história até ser campeão inédito no domingo.  

Irmão de Péricles Chamusca, o vencedor do Campeonato Cearense é Marcelo Chamusca, outra novidade. Após trabalhos na base, como auxiliar técnico e coordenador, ele já havia tido 2014 promissor com o Fortaleza. Fez boa Série C e teve a melhor campanha do estadual, mas perdeu o título para o Ceará. No último domingo, Marcelo devolveu a derrota para o rival, campeão do Nordestão, e ficou com o título. 

Entre os comandantes revelados pelos finalistas estaduais, faltou a taça para Leonardo Condé, da Caldense. Ex-treinador da base do Atlético-MG, ele é apontado como responsável pelo time de defesa difícil de transpor que superou os grandes mineiros na primeira fase. No primeiro jogo da decisão com os atleticanos, Condé segurou empate sem gols no Mineirão, mas seu time perdeu em casa na finalíssima. O gol do título, marcado por Jô, foi polêmico.