"Estou preparado", diz Milton Cruz sobre nova carreira como treinador

Milton Cruz comanda o São Paulo, mas ainda tem contrato com o clube como assistente-técnico. A mudança de função, algo que ele evitou algumas vezes nos 21 anos de Morumbi, ainda é um assunto delicado. Só que agora ele dá sinais de que está disposto a se arriscar.

“Estou preparado”, disse o principal responsável pela guinada do São Paulo, que venceu seis dos sete jogos que fez após a saída de Muricy Ramalho.

A declaração foi dada em entrevista ao “Bem, Amigos”, do Sportv. O tema foi explorado desde o início da atração. “Milton me falava nos bastidores que é legal vir aqui pela primeira vez. Disse que via os treinadores participando e agora teria a chance”, apresentou Galvão Bueno, introduzindo o assunto.

Milton, em um primeiro momento, manteve o discurso do dia a dia. “Eu estou levando, Galvão. Deixa a vida me levar”, disse o ex-atacante com alguma timidez.

Ele confirma que o contrato de trabalho como auxiliar foi mantido, sem um aumento sequer. Milton não nega quando dizem que um dos motivos que o impedem de se considerar um treinador de fato é justamente a ausência de uma proposta formal por parte da diretoria. Diz, inclusive, que se fosse chamado para conversar gostaria de ter um auxiliar.

“Se a diretoria quiser me chamar para conversar e fazer essa proposta, sim”, diz ele, evitando pressionar ou mostrar qualquer tipo de insatisfação. Todo o cenário de mudança de profissão, porém, está construído.

“Vários treinadores que passaram por lá [São Paulo] me falaram de voar com as próprias asas, diziam que eu tinha capacidade de tentar, mas eu nunca tive essa coragem. Quando eu vim para o Brasil, eu morava perto do CT, via meus filhos serem criados. Agora o Tadeu [filho mais velho] está casado, vou até ser avô. O Tiago já tem 25. E eles me apoiam”, disse Milton, sinalizando a favor da mudança. 

O grande empecilho é a insegurança do cargo. Há 21 anos no São Paulo com carteira de trabalho assinada, Milton teria de rever seu compromisso com o clube e ficaria exposto a uma demissão como qualquer treinador. Por isso, trata com prudência a possibilidade e espera que um sinal mais concreto da diretoria.