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Clemer confirma briga, mas diz que demissão no Inter foi por outro motivo

Ex-goleiro brigou com preparador físico Flávio Soares durante treino do Inter B - Jeremias Wernek/UOL
Ex-goleiro brigou com preparador físico Flávio Soares durante treino do Inter B Imagem: Jeremias Wernek/UOL

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

12/05/2015 16h32

O ex-goleiro Clemer admitiu, nesta terça-feira (12), que brigou com o preparador físico Flávio Soares em um treinamento nas categorias de base do Internacional, mas disse que a demissão no Beira-Rio teve outro motivo. Agora desempregado, o técnico de 46 anos afirmou que recebeu uma justificativa dos dirigentes alegando planos de mudança nos times inferiores. Em outras respostas, o antigo camisa um citou ciúmes e métodos próprios para trabalhar.

“Houve um desentendimento entre ele e eu e isto é coisa que se resolve no vestiário. Jamais vou chegar aqui e falar o que aconteceu. Mas cresceram demais a situação”, disse Clemer em entrevista coletiva. “A gente tem que acreditar nas pessoas, eu acredito que seja o que me falaram. Eu tenho que seguir por essa linha aí, não posso dar uma resposta pelo clube. Se foi isso que eles disseram, temos que acreditar nisso”, completou depois.

A posição oficial do Internacional foi de que Clemer saiu por alteração no planejamento da base. O argumento não se sustenta pelos números: nove títulos conquistados e mais de 15 jogadores revelados, entre eles os cinco garotos que tomaram lugar no time titular dirigido por Diego Aguirre – William, Geferson, Rodrigo Dourado, Eduardo Sasha e Valdívia.

“Minha responsabilidade ali dentro das categorias de base era maior do que qualquer outra. Meu trabalho é reto, não ter curva, e isso às vezes pode não agradar as pessoas. Mas sempre segui minha linha e nunca vou mudar. A prova está aí, jogadores atuando e dando resultado”, apontou o treinador. “A gente nunca agrada todo mundo, toda área que você trabalha tem alguém que não gosta. Isso é certo. Quando você trabalha com vários pensamentos, várias pessoas, tem coisas diferentes. Mas quando eu digo que meu trabalho não tem curva é por seguir uma linha. Não é uma preferência de uma pessoa que vai mudar meu foco, meu pensamento. Posso não ter agradado alguns e aí cria ciúmes ou de achar que aquela pessoa é mais que você. Mas tenho consciência tranquila por ter feito o trabalho para o clube, não para pessoas. A entidade é maior”, acrescentou.

Clemer foi comunicado da demissão na sexta-feira, uma semana após o desentendimento que chegou a ter relatos de agressão física. Agora ele espera por propostas - ano passado houve sondagem de Portuguesa e Criciúma. Além de propostas oficiais de Paysandu e Sampaio Correa mais recentemente. "Mágoa é uma coisa difícil de falar, eu fico é triste. A gente vinha desempenhando um bom trabalho. A tristeza sempre fica quando a coisa é quebrada, mas é vida que segue. Tenho uma carreira de treinador pela frente e vamos adiante. Eu saio por decisão do Internacional, mas por mim ficava", disse.