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Andres: Marin "nunca foi nada na Fifa" e Del Nero era quem mandava na CBF

Andres garante que Marin não tinha autonomia quando presidente da CBF - Fernando Donasci/ UOL Esporte
Andres garante que Marin não tinha autonomia quando presidente da CBF Imagem: Fernando Donasci/ UOL Esporte

Daniel Brito

Do UOL, em Brasília

03/06/2015 06h01

Em conversa com jornalistas após a reunião no Senado para discutir a MP (Medida Provisória) do Futebol, na terça-feira, 2, o deputado federal Andres Sanchez (PT-SP) afirmou que o ex-presidente da CBF José Maria Marin, atualmente preso na Suíça, não tinha autonomia no comando da confederação. “Quem mandava na CBF era o Marco Polo [Del Nero]. Eu nunca briguei com o Marin”, apontou o parlamentar.

Sua declaração vai na contramão do que Del Nero, atual mandatário da CBF, afirmara na sexta-feira da semana passada, após a detenção de Marin e o retorno às presas da Suíça sob a alegação de “esclarecer tudo”.

"Eu não sabia, não tinha conhecimento de nada. Nunca assinei nada", destacou Del Nero em coletiva de imprensa na sexta-feira, 29, no Rio. "A função do vice é colaborar com o presidente naquilo que ele solicita. Vice-presidente não manda, ele cumpre. Exatamente como um diretor. E eu procurava ser um bom diretor."

Sanchez, Del Nero e Marin trabalharam juntos em 2012. Desde a queda de Ricardo Teixeira do comando da CBF, em março daquele ano, o hoje parlamentar manteve-se como diretor de seleções da entidade até novembro. A saída foi motivada pela demissão de Mano Menezes do cargo de treinador da equipe nacional e seu isolamento nas decisões da cúpula. “Nunca ninguém escreveu isso, mas o Marin nunca foi nada da Fifa. Quem era da Fifa era o Ricardo Teixeira. Depois, o Marco Polo. O Marin ia lá de entrão”, apontou Sanchez, em Brasília, nessa terça-feira.

O deputado disse que a prisão do cartola na Suíça é motivo de tristeza. “Não sou amigo dele [Marin]. Nunca fui íntimo do Marin. Agora, qualquer brasileiro preso é motivo de tristeza para todos, ainda mais sendo preso por corrupção”, declarou.

Mas ele criticou os procedimentos para a prisão do ex-presidente da CBF na Suíça. “Eu não entendo como podem pegar um roubo dele [Marin] no Brasil e colocar no pacote da Fifa. Se o roubo foi no Brasil, quem tinha de prender ele era o Brasil. No futebol daqui tem muitos casos. Não tenho medo da minha palavra”, completou.

O ex-presidente do Corinthians disse que apoia a instalação da CPI na Câmara dos Deputados, mas fez ressalvas.  “Acho excelente ter CPI do Futebol. Mas tem de ter CPI para tudo. Para as montadoras, para os bancos, para o Banco Central, para o COB. Tem que ter uma para o COB. Esse daí é 90% dos recursos públicos. Tem até terno com dinheiro público”, acrescentou.