Feldman defende mudança imediata na linha de sucessão da CBF

Secretário-geral da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e um dos principais aliados do presidente Marco Polo del Nero, Walter Feldman defendeu abertamente, pela primeira vez, uma mudança na linha de sucessão da entidade. Mais que isso, ele quer que a alteração comece a valer imediatamente, contrariando a expectativa de alguns dirigentes de federação.

“Essa regra é muito velha, ultrapassada. Isso é uma posição minha, pessoal. Isso deve ser modificado e a ideia é que os vice-presidentes indiquem qual vice deve assumir em caso de vacância na presidência”, disse Feldman, logo após uma reunião de quatro horas entre a cúpula da CBF e os clubes da Série A.

Hoje, a CBF tem cinco vices e o mais velho deles assume a presidência em caso de vacância. Na próxima quinta, na assembleia-geral da entidade, Del Nero deve sugerir uma alteração nessa regra e o modelo apresentado por Feldman é um dos que podem ser colocados em pauta.

O maior problema é a aplicação imediata da regra. Presidentes de federação ouvidos pelo UOL Esporte concordam com a necessidade de mudança, mas defendem que a determinação seja utilizada após o fim do mandato atual.

Na prática, isso significa que Del Nero será substituído pelo vice mais velho caso decida renunciar dentro do atual mandato. Com José Maria Marin preso em Zurique por envolvimento com o escândalo de corrupção que assola a Fifa, Delfim Peixoto, presidente da Federação Catarinense de Futebol e hoje desafeto da presidência, assumiria a CBF se Del Nero deixar o cargo.

Entre os que advogam por essa corrente está Evandro Carvalho, presidente da Federação Pernambucana, que foi à CBF nesta segunda-feira e expôs sua linha de raciocínio à imprensa. Além do respeito às regras estabelecidas para esse mandato atual, o cartola ainda diz que pelo menos 15 federações querem manter Marin como vice, ainda que afastado, até que ele receba uma condenação formal pelos crimes que é acusado nos EUA.