Del Nero fica 6h na Câmara e ouve até cobrança sobre arbitragem de Amarilla
Marco Polo del Nero atendeu a pedidos, foi até a Comissão de Esporte da Câmara e passou mais de cinco horas à disposição de dezenas de deputados. Entre elogios da bancada da bola e pressão dos deputados que têm atacado a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), o cartola ouviu algumas observações curiosas dos parlamentares.
“Quero remeter a um cidadão que incomodou a vida de milhares brasileiros que é o Amarilla. Que apitou a partida entre Corinthians e Boca. Tudo bem que o Corinthians perdeu gols, mas marca um novo jogo. O que aconteceu para ele cumprir aquele papel? Porque todo mundo no futebol sabe que ele foi lá para cumprir aquele papel”, disse Goulart (PSD-SP).
A cobrança retroativa sobre o erro de um juiz em 2013 foi só a cereja do bolo em quase seis horas de conversa. Del Nero foi convidado para uma audiência pública que se propunha a analisar os escândalos envolvendo a Fifa. No meio de observações sobre o tema principal, alguns deputados se propuseram a tratar de assuntos paralelos.
“Você considera que este momento é tão vergonhoso como o 7 a 1?”, perguntou Fábio Mitidieri (PSD-SE), dando espaço para Del Nero gastar quase cinco minutos dando sua opinião pessoal sobre os motivos que levaram a seleção de Felipão a fracassar na Copa.
Até a Copa de 1998 voltou à tona. No começo do século, tornou-se folclórico o depoimento de Ronaldo à CPI Nike/CBF na Câmara, quando o então deputado Eduardo Cunha, que morreu ano passado em um acidente aéreo, perguntou ao Fenômeno sobre o papel dele na marcação de Zidane na decisão do Mundial disputado na França, para surpresa do jogador.
Nesta terça, foi Marcelo Matos (PDT-RJ) quem citou o episódio, lembrando que por muito tempo o país se perguntou se o Brasil não teria vendido aquela Copa. Del Nero, que só respondia às perguntadas que eram anotadas por Carlos Eugênio Lopes, diretor jurídico da CBF. A observação sobre 1998, por exemplo, foi ignorada.
O debate só se tornou mais ríspido quando Altineu Cortês (PMDB-RJ) tomou a palavra, já nos minutos finais da audiência. “O senhor disse que renuncia quem faz coisa errada, mas o senhor representa um modelo corrupto. É a continuidade de Ricardo Teixeira. O senhor é continuidade do Marin que está preso, a minha colocação de renúncia é nesse sentido. O modelo que o senhor sucede foi reprovado. O futebol está na mão do Gilmar Rinaldi que foi escolhido pelo Marin. O senhor Marin está preso. O Gilmar é empresário de futebol”, disse o parlamentar.
Del Nero nem precisou se defender. Antes dele, Goulart (PSD-SP) advogou por Gilmar Rinaldi e outros deputados presentes reclamaram, fora dos microfones, que Altineu teria ofendido o convidado. Marco Polo limitou-se a dizer que Gilmar e Dunga fazem um grande trabalho e que ainda poderiam convencer o parlamentar.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.