Valcke nega envolvimento em suborno e diz ter sido massacrado pela mídia
O secretário-geral da Fifa Jerome Valcke disse não ter feito “nada errado” na transação bancária no valor de US$ 10 milhões para a Concacaf (Confederação que controla a América do Norte, Central e Caribe). Segundo denúncia do New York Times, o dinheiro foi enviado pela África do Sul para comparar votos da confederação rumo à Copa de 2010; Valcke teria sido o intermediador.
Em entrevista coletiva na quarta-feira, Valcke informou que os US$ 10 milhões foram destinados a programa social da Fifa.
“Eu nunca fui questionado [pelas autoridades] e a polícia suíça tem todos os arquivos. Eu estou feliz em poder responder qualquer questão com toda transparência”, disse o número 2 da Fifa, durante reunião da Fifa realizada na cidade russa de Samara, na quarta-feira.
Valcke acrescentou que está sendo massacrado pela mídia e que o pai seria a única pessoa capaz de definir sua conduta.
“Eu não vou tirar mais dúvidas sobre esses 10 milhões. É a primeira vez que eu falo para tantos jornalistas. Eu fui destruído pela mídia francesa, talvez por outras razões”.
Documentos podem agravar situação de Valcke
A emissora britânica "BBC" diz ter acesso a provas que indicam que US$ 10 milhões foram enviados supostamente pela Fifa a contas controladas pelo ex-vice-presidente da entidade, Jack Warner, que presidia a Concacaf.
Segundo uma investigação da emissora, essa quantia, enviada em nome da África do Sul, tinha como objetivo ajudar a desenvolver o futebol no Caribe, mas documentos sugerem que Warner a utilizou para uso pessoal e para lavagem de dinheiro.
Warner, de 72 anos e indiciado nos Estados Unidos em relação com um caso de corrupção na Fifa, também negou as denúncias.
Os documentos aos quais a "BBC" diz ter tido acesso detalham três transferências - em 4 de janeiro, 1 de fevereiro e 10 de março de 2008, em um total de US$ 10 milhões - das contas da Fifa às contas da Confederação da América do Norte, Central e Caribe (Concacaf) controladas por Warner.
Estes fundos tinham sido prometidos pela Associação do Futebol da África do Sul para um programa destinado a desenvolver o futebol no Caribe, mas o dinheiro foi gasto e distribuído, segundo a "BBC".
Entre os destinos figura uma importante rede de supermercados em Trinidad e Tobago, conhecida como JTA Supermarkets.
Warner, responsável pela Concacaf em 2008, está entre os nove diretores da entidade indiciados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, em uma investigação por corrupção dentro da principal entidade do futebol.
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