Chile estreia sem empolgar a própria torcida, mas vence Equador por 2 a 0
Alçado ao posto de favotiro, o Chile estreou na Copa América em marcha lenta. Sem inspiração e diante de uma torcida impaciente e silenciosa, a seleção sofreu para vencer o Equador e só garantiu o 2 a 0 no segundo tempo, com uma cobrança de pênalti de Vidal e um contra-ataque finalizado por Vargas.
É um primeiro passo isolado, mas muito tímido para quem se empolga com a “melhor geração da história” do futebol chileno, impressão turbinada pela campanha na Copa do Mundo de 2014. Em casa, com as principais estrelas em campo, a seleção criou pouco, foi atrapalhada por uma estratégia inteligente do Equador e ainda correu o risco de sofrer o empate.
No fim, a seleção da casa foi premiada com um gol de Vargas no contra-ataque. Mesmo assim, foi pouco para convencer um público silencioso e sem o perfil característico do torcedor chileno, reconhecidamente barulhento e incentivador. O desânimo foi tanto que aos 40 minutos, logo após o 2 a 0, a torcida preferia se retirar mais cedo a fazer festa pela vitória inaugural.
Fases do jogo:
Tida como uma das favoritas pelos resultados recentes e por estar em casa, a seleção chilena não está empolgando tanto os seus anfitriões, a ponto dos jogadores terem reclamado da postura. Nesta quinta, pela pressão da estreia, pela estratégia dos rivais ou por uma simples falta de inspiração, o time não foi bem.
A estratégia ofensiva de Jorge Sampaoli foi atrapalhada pelos contra-ataques rápidos e perigosos do Equador, que forçou o Chile a mudar de quatro para três zagueiros. A alteração custou aos donos da casa o poderio ofensivo, já que Vidal ficava preso demais à função de marcação, o atacante Beausejour virou ala pela esquerda e Sanchez sobrou isolado no ataque.
O respeito pelas táticas e a falta de improvisação dos dois lados deixou o jogo chato, com poucas chances reais de perigo. O gol solitário do Chile só saiu aos 20 minutos do segundo tempo, quando Vidal foi derrubado na área e cobrou o pênalti com perfeição.
O 1 a 0 fez o Equador se lançar ao ataque. Valencia, pelo alto, quase empatou com uma bola na trave. Em um contra-ataque, porém, Sánchez lançou Vargas e o ex-gremista definiu o placar.
Melhor: Vidal. Dominou o meio-campo, entrou na área como gosta e criou alternativas. Ajudou Sampaoli no momento mais crítico do jogo e foi decisivo ao sofrer o pênalti e convertê-lo.
Pior: Beausejour. Começou mal como atacante, forçou Sampaoli a mudar o esquema e se saiu pior ainda improvisado na ala esquerda.
Destaques:
Xadrez: O Chile começou o jogo com Isla avançado, atuando como principal arma de ataque, só que o Equador aproveitava o posicionamento para atacar com cruzamentos em contragolpes. Sampaoli, então, formou uma linha de três na zaga e recuou o atacante Beausejour para a ala esquerda, o que travou o sistema ofensivo dos donos da casa.
Festa: Uma hora antes do apito inicial, o estádio foi palco de uma cerimônia de abertura, protocolo que cada vez mais tem sido usado em torneio de futebol – tradicionalmente, eventos do tipo ocorrem só em Olimpíadas.
Tabela: Para o Chile, passar como primeiro do grupo significa ter uma tabela muito mais fácil que a dos principais rivais. Se liderar, o time da casa fica de um lado da chave, enquanto Argentina, Brasil e Uruguai se matam do outro. Para piorar, a Colômbia, único favorito que fica no caminho, só pegaria os anfitriões na semifinal, caso passe na segunda colocação.
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