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Eucalipto, seringueira e dupla sertaneja. O lado empresário de Alex

Meia do Inter toca negócios fora do futebol há anos e não se vê como técnico no futuro - Jeremias Wernek/UOL
Meia do Inter toca negócios fora do futebol há anos e não se vê como técnico no futuro Imagem: Jeremias Wernek/UOL

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

17/06/2015 06h00

Alex é um dos integrantes do grupo que lidera o vestiário do Inter, único remanescente das conquistas de 2006 e que recentemente ampliou o contrato por mais dois anos. Mas fora do Beira-Rio ele é empreendedor. Mesmo sem saber o que vai fazer quando se aposentar como jogador, o prazo sequer existe, o meia já toca negócios em ramos distintos: música e agronomia.

Os investimentos na música começaram há quatro anos, quando Alex apadrinhou a dupla Toni e Tiago. Sócio na empresa que administra a carreira deles, camisa 12 do Inter é amigo de infância de Toni e auxilia com contatos e investimento na área de estrutura e comunicação.

“Conheci muitos ídolos da música através do Fernandão: Bruno e Marrone, Zezé Di Camargo e Luciano, Leonardo e mais um montão de gente. Queira ou não você tem uma imagem, ajuda nos relacionamentos, abre portas. Começamos com um negócio simples, mas o troço foi andando e profissionalizamos. Temos uma base lá em Maringá”, conta Alex. “Sou apaixonado por esse meio e até pensei em ser empresário, mas estou vendo que não é um meio muito fácil. Dinheiro não dá em árvore, mas é um projeto sério e de qualidade também”, completa.

Além de ajudar a gerenciar a carreira da dupla, Alex participou da composição de algumas das canções do primeiro CD de Toni e Tiago – lançado em 2011. E bota as faixas para rodar especialmente quando vai para as fazendas. Uma em Maringá, no interior do Paraná, e outra em Bauru, em São Paulo. O cultivo é diferente em cada uma delas. Na primeira só eucalipto e alfafa. Na segunda apenas seringueiras, as árvores usadas para produção de látex.

“É uma ideia que a gente pegou quando eu estava em São Paulo, conhecemos, estudamos bem e entramos nesse ramo”, revela o meia. “Eu tenho um lado empreendedor mesmo e ele não me deixa sossegar. Muita gente me procura por isso, fala em oportunidades, mas não dou um passo maior que a perna”, acrescenta.

Se fora do futebol Alex toca negócios diversos, dentro do universo onde vive há 12 anos uma função não empolga para o futuro. Ser treinador não está no topo da lista de opções para depois da aposentadoria. Mesmo que em vários momentos ele tenha vontade de orientar um time à beira do campo.

"Treinador eu acho difícil, tem uma vida mais corrida. Você já termina a carreira meio cansado da rotina. Às vezes eu tenho vontade de estar no campo, mas não sei se isso vai ser meu futuro", afirma. "Não tenho, não tenho nada claramente definido. Eu tenho uma vontade só: ter algo para fazer, que me dê prazer, mas com autonomia na vida. Que eu possa dizer ‘vou viajar com minha família no final de semana’, essas coisas. Futebol vai sempre ser uma porta, seja na parte de comunicação ou em clubes. Me sinto em condições de aprender várias coisas no futebol, mas não sei se não vou acabar querendo ir para minha fazenda, cuidando das minhas seringueiras", brinca.