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"Mão de Deus" de Maradona completa 29 anos e coloca até golaço sob sombra

Do UOL, no Rio de Janeiro

22/06/2015 06h00

Qual é o seu primeiro pensamento quando você lembra da famosa partida entre Argentina e Inglaterra, pelas quartas de final da Copa do Mundo de 1986? O lance protagonizado por um baixinho de 1m65 em que ele ganha a disputa de bola com um goleiro quase 20cm mais alto pode ser a sua primeira imagem a passar pela sua cabeça.

A “mão de Deus” foi imortalizada por Diego Maradona há 29 anos, no dia 22 de junho de 1986, no México.

O toque na bola com a mão antes da chegada do inglês Peter Shilton é capaz de colocar sob a sombra até o gol do século, prêmio dado pela Fifa em 2002 ao lance genial do camisa 10 argentino quatro minutos depois. Dois episódios para a história do futebol. No mesmo dia, no mesmo gramado e contra o mesmo time. Finalmente, protagonizados pelo mesmíssimo jogador.

O cenário para o encontro entre Argentina e Inglaterra na Copa do Mundo era dos mais tumultuados. Quatro anos após serem derrotados na Guerra das Malvinas, os sul-americanos tinham a chance de derrotar os rivais no âmbito esportivo. O sentimento de revanche movia Maradona e cia.

O camisa 10 talentoso e baixinho, já com uma enorme capacidade de criar polêmicas, teve uma jornada perfeita para recuperar o orgulho ferido da Argentina. A “mão de Deus” de Maradona entrou para a história.

Pura malandragem do meia, que conseguiu enganar o árbitro Ali Bennaceur, da Tunísia. A genialidade – por que não –, estava presente no lance. Maradona se enfiou na zaga inglesa após driblar três defensores. A bola tocada para Valdano subiu nos pés do companheiro após um domínio ruim. Fenwick fez um corte, também errado, em direção a Shilton.

O goleiro inglês subiu para pegar a bola. E, surpreso, viu Maradona aparecer como um raio para desviar com a mão, toque necessário para desviar a bola para o gol. Shilton foi o primeiro a cobrar o árbitro para que o lance fosse anulado. Recebeu ajuda dos companheiros. Maradona, enquanto isso, corria para comemorar. Duas olhadas para Bennaceur e uma celebração diante dos companheiros que ainda se mostravam atônitos.

O argentino também agiu como um gênio ao ser questionado na saída de campo sobre o seu primeiro gol contra os ingleses. “Foi um pouco com a minha cabeça e um pouco com a mão de Deus”. A lenda em torno do gol estava criada.