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Seleção brasileira sofre pressão assim que coloca os pés de volta no Brasil

Felipe Pereira e Juliana Alencar

Do UOL, em São Paulo

28/06/2015 17h19

Pressão era o que aguardava a seleção brasileira no desembarque na tarde deste domingo em São Paulo depois da eliminação na Copa América. Roberto Firmino foi um dos jogadores que pagou o preço pelo mau desempenho e ouviu o grito de "mercenário" vindo de um pequeno grupo. Dunga precisou responder perguntas se sente mais pressionado depois do resultado.

Despistou na resposta afirmando que estar no comando da seleção brasileira é sinônimo de pressão e obrigação de ganhar. Diferente da maioria dos atletas, o treinador dedicou tempo à imprensa. Admitiu a decepção com a queda nas quartas de finais e projetou que a briga por uma vaga na Copa de 2018 será complicada pela falta de experiência do elenco em competições sul-americanas – somente três atletas já jogaram as Eliminatórias, declarou o técnico.

Dunga adiantou que espera confrontos aguerridos e com muitos contatos físicos. Sobre não ter vencido a competição no Chile, argumentou que quando o país vence ninguém dá importância. Acrescentou ainda que o Brasil ficou 40 anos sem erguer a taça da Copa América e continuou prestigiado.

Outra coisa que chamou a atenção foi o silêncio de alguns jogadores. Robinho apareceu no saguão do aeroporto muito antes dos companheiros. Ele evitou qualquer contato com a imprensa e chegou a passar por baixo da fita que demarca a saída do desembarque para não encontrar a imprensa. Mesmo procurado pelos jornalistas, permaneceu calado.

Elias foi outro que não quis conversa. Roberto Firmino foi econômico e adotou o discurso padrão de lamentar a derrota e olhar para frente. Mas quando ele apareceu surgiram gritos de mercenário no aeroporto.

William não se calou e foi contundente declarando que a seleção precisa mudar para voltar aos bons resultados. A afirmação vai na mesma direção do descontentamento demonstrado por Robinho em entrevista ainda no gramado de Concepción.

Dunga contemporizou as queixas e preferiu dizer que o necessário são aprimoramentos, não mudanças. Sobre as queixas de que a geração atual é ruim o treinador refutou esta alegação e lembrou que a base da equipe joga em times de ponta na Europa.

Capitão depois da saída de Neymar, o zagueiro Miranda repetiu o discurso que havia adotado no Chile. Afirmou que não o "time conseguiu alcançar o objetivo” e que a virose não servia de desculpa para a queda diante do Paraguai nos pênaltis.

A falta prestígio da equipe ficou evidente com a desinformação dos torcedores sobre a chegada da seleção. Vendo câmeras de televisão posicionadas as pessoas questionavam quem estava para chegar. Mas é claro que na hora que os jogadores apareceram houve certo alvoroço.

Como o clima é de pressão e não de festa, os atletas estavam sérios e seguiram reto depois de algumas selfies para não passarem por mal-educados. A exceção foi David Luiz que parou para atender as pessoas e deu alguns passos na direção de uma criança que logo foi parar no colo dele. Mas na hora de dar entrevistas para explicar a eliminação o jogador se recusou a falar.

O grupo desembarcou no Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos e retiraram suas bagagens na esteira comum. Eles foram reconhecidos na fila da Polícia Federal e foram retirados dali em menos de 10 minutos. Parte do grupo seguiu a conexão para o Rio de Janeiro e Porto Alegre.