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Virou piada: Dória e palestrante deixam seleção em baixa após Copa América

João Dória Jr. (e) posa para foto com Dunga em hotel da seleção brasileira na Copa América - Rafael Ribeiro/CBF
João Dória Jr. (e) posa para foto com Dunga em hotel da seleção brasileira na Copa América Imagem: Rafael Ribeiro/CBF

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, em Concepción (Chile)

30/06/2015 06h00

A derrota para o Paraguai nos pênaltis (4 a 3) no último sábado tirou a seleção brasileira da Copa América e deixou o moral da equipe ainda mais abalada após um novo fracasso em competições oficiais. Jogadores e comissão técnica, no entanto, não foram os únicos a deixarem o Chile em baixa após a competição.

O chefe de delegação, João Dória Júnior, e o “motivador” do grupo, Evandro Mota, também saíram do torneio com a imagem desgastada. Pelo menos com jogadores e alguns membros do estafe da equipe.

Sem qualquer ligação técnica de futebol com o grupo, ambos eram utilizados para preparar palestras e tentar motivar a equipe em momentos de dificuldade. A recepção entre os boleiros, porém, não foi das melhores. Em certos momentos, Dória e Evandro foram tratados como piada internamente. 

Na véspera da estreia da Copa América – contra o Peru, em Temuco –, João Dória comandou uma palestra de pouco mais de 45 minutos e deixou alguns jogadores incomodados. Muitos questionavam a presença do chefe de delegação que só marcava presença em dias de jogos e não demonstravam paciência com o personagem.

Evandro Mota, motivador da seleção brasileira na Copa América - Divulgação - Divulgação
Sem moral com jogadores: Evandro Mota funcionava como "motivador" na seleção
Imagem: Divulgação

Depois foi a vez de Evandro. O engenheiro especializado em palestras motivacionais para grupos empresariais tentava repetir o trabalho já feito em outras passagens na seleção, como a Copa do Mundo (1994), e em clubes da Europa. Mas parecia não encontrar resposta nos jogadores da seleção atual. Muitos evitavam o contato e brincavam que ninguém queria ficar perto do "motivador" em refeições e deslocamentos em ônibus.

Nos corredores dos hotéis que serviam de concentração, os jogadores não escondiam a falta de paciência com o motivador. Muitos repetiam que já não aguentavam mais as "frases prontas" do engenheiro.

Indicação do coordenador de seleções, Gilmar Rinaldi, Evandro Mota também não gozava de muito prestígio entre membros da comissão técnica. Para alguns da delegação, o ambiente da seleção deveria ser exclusivo para técnico, auxiliares, preparadores e roupeiros. E tudo isso fazia com que o motivador não encontrasse eco em um grupo que não se importava muito com seu trabalho.

A exceção era o diretor de marketing da CBF, Gilberto Ratto. Ao lado do secretário-geral da entidade, Walter Feldman, o dirigente acompanhou a delegação durante todo o torneio e tinha a simpatia de praticamente todos os jogadores e membros da comissão técnica.