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Fã faz cinco tatuagens e até muda de cidade por André Lima: "É um anjo"

Marinho Saldanha

Do UOL, em São Paulo

04/07/2015 06h00

É normal ver idolatria de torcedores a jogadores de futebol. Agora eleve isso na máxima potência. O resultado será o que Darlei Barbosa, de 19 anos, sente por André Lima, atualmente no Avaí. O amor ao centroavante que passou por Botafogo, São Paulo, Grêmio, entre outros (ao todo 15 clubes) fez o gaúcho de Santo Ângelo mudar-se de cidade, de time do coração e marcar no próprio corpo com cinco tatuagens tudo o que sente. 

O rosto de André no tronco, ele comemorando gol pelo Grêmio (clube que Darlei torcia antes de trocar pelo Avaí) às costas, o autógrafo no peito, o nome em um braço e a inscrição “André Lima, Rei Imortal” (o apelido do jogador era Guerreiro Imortal no Tricolor) na perna. Assim está desenhada a paixão.
 
Mas não para por aí. Os perfis de Darlei nas redes sociais não trazem seu nome. “@T_Amo_AndréLima” é o endereço no Twitter. O mesmo do Instagram. E movido por este sentimento ele está em Florianópolis, morando em um hotel e não deixando de acompanhar o ídolo, que conhece pessoalmente e define como ‘um anjo’. 

Em contato com a reportagem do UOL Esporte, Darlei explicou detalhes dessa relação de amor pelo centroavante que jamais esteve na seleção brasileira, jogou pouco na Europa, mas o conquistou totalmente.

UOL Esporte: Como surgiu este amor pelo André Lima?
Darlei Barbosa: Foi no ano de 2009. André era atacante do Botafogo e em uma partida contra o Corinthians, válida pelo Campeonato Brasileiro daquele ano, André, fez um gol com a mão, sem intenção de cometer tal irregularidade. O árbitro validou o gol e naquela semana André foi alvo de bastante polêmica. Em uma entrevista, André assumiu que a bola tocou em sua mão, mesmo sabendo que poderia até pegar alguns jogos de suspensão. Ali nasceu uma admiração pelo caráter e o tempo transformou no que é hoje, esse carinho gigantesco e sem fim.
 
UOL Esporte: Como sua família reage a isso?
Darlei Barbosa: Hoje é de boas (sic), mas antes havia sim, alguns problemas. Eu não mudei, e com o passar do tempo quem teve que mudar foram eles (familiares). Então hoje é tranquilo.
 
UOL Esporte: Você é gremista? E quando o André joga contra o Grêmio?
Darlei Barbosa: Sou gremista sim, mas depois que o André saiu de Porto Alegre, confesso que deixei o Grêmio um pouco de lado. Esses dias o Grêmio, inclusive, enfrentou o Avaí, André estava em campo e fui ao jogo. Fiquei na torcida Avaiana, não me vejo torcendo contra o André. Me chamam de torcedor de jogador, mas tranquilo, sou sim.
 
 
UOL Esporte: Você foi morar em Santa Catarina por causa do André?
Darlei Barbosa: Na verdade saí de casa faz um mês, estou morando aqui (em Florianópolis) e é claro que o motivo maior é o André. Ele ficou um ano e meio parado, quando vê daqui uns dias ele decide por aposentar, então preciso aproveitar, pois talvez eu não tenha muito tempo para vê-lo jogar. Dentro de alguns dias irei lá onde moro, o aniversário da minha mãe se aproxima e irei vê-la, mas não pretendo permanecer lá. Estou muito bem aqui em Florianópolis, e como disse, estou aqui pelo André.
 
UOL Esporte: Como é a relação de vocês? Se conhecem?
Darlei Barbosa: O André é um anjo. É uma pessoa extraordinária, um cara que se difere e se destaca dos demais, é realmente uma grande pessoa. Ele me trata com muito carinho, com uma consideração e um respeito incrível e isso me faz não olhar para o que as pessoas acham de mim. A primeira vez que me encontrei com ele não faz muito tempo, foi no mês de maio, mas antes disso sempre houve contato, ele é muito atencioso. Graças a Deus, sempre que quiser tenho contato com ele.
 
UOL Esporte: E as tatuagens, se arrepende de alguma? Quanto investiu nisso?
Darlei Barbosa: As tatuagens são cinco até o momento. Jamais me arrependerei, pois o respeito, o carinho e a forma como vejo o André não vão perder a força com o passar do tempo. Tatuei como forma de homenageá-lo, mas também porque faço questão de lembrar-me dele por toda a vida. Com certeza virão mais. Sempre penso em algo bacana, e assim que tiver em mente a próxima, consultarei ele se posso realmente fazer e então farei. Só dependo do sim dele, o não dos outros não me interessa. Sobre gastos, eu não ligo nem calculo. Não tem preço o eternizar, o homenagear e poder lembrar dele por toda vida.
 
UOL Esporte: André Lima entrou para história do Grêmio como autor do primeiro gol da história da Arena. Você estava lá? Como foi? 
Darlei Barbosa: Na inauguração da Arena eu não estava, até porque na época era menor de idade, dependia dos pais pra tudo, inclusive para que me autorizassem a viajar. Hoje é tudo mais fácil, controlo minha vida da forma que acho que deve ser. Marcar o primeiro gol da Arena foi um grande feito do André. O mundo, querendo ou não, tem que aceitar que ele está na história e isso ninguém, mas ninguém mesmo pode mudar. Muita gente é "magoada" por isso, mas eu sou feliz, sou feliz e aplaudo o André, porque sei que além de ser muito merecedor, ele trabalhou e se dedicou enormemente pra que isso acontecesse. Coisas assim não são frutos do acaso, são frutos do trabalho, silêncio, sabedoria e dedicação de quem o realiza. Mesmo vendo o jogo e o gol em casa, com quilômetros de distância, a alegria foi imensurável. Marcar o primeiro gol era o objetivo de todos que estavam ali, mas André, como sempre, brilhou. É uma vitória para mim também, mas insisto em dizer que a história do André e o que ele é, não se resumem apenas ao primeiro gol da Arena.  André é muito mais.
 
UOL Esporte: Você tem muitos seguidores nas redes sociais (no Twitter são 3.470). Como eles reagem a isso?
Darlei Barbosa: Eu não desprezo ninguém, mas não ligo para seguidores.  Na verdade isso não é legal, porque a maioria do pessoal te segue para encher o saco, para fazer piada e acharem que estão sendo engraçados. Comigo, pouco me preocupo, o que me irrita é quando passam a desrespeitar a imagem do André. Com ele tenho cuidado. Quando a coisa tá estressante ou abusada, uma boa dose de "block" resolve.
 
UOL Esporte: Alguém interpreta este amor de forma errada? 
Darlei Barbosa: (Risos) Alguém? Na verdade a maioria faz interpretações que não condizem com o que realmente é. Quanto a isso não me preocupo, somente agradeço a Deus porque o André vê da melhor maneira possível. O que os outros acham não me importa, o que importa é o André, pois o carinho é por ele.
 
UOL Esporte: Mas você deixa claro repetidamente que não quer se promover...
Darlei Barbosa: Sim, sempre ressalto, até porque se eu quisesse aparecer, sei que tenho condições e inclusive talento para fazer isso sem precisar me apoiar em ninguém. Se quisesse me mostrar, me importaria mais com o que as pessoas acham do que com o achar do André, e não é isso que acontece. Como disse, o carinho é pelo André, meu objetivo é o bem dele. Das pessoas que estão por fora nem lembro, pois rejeito plateia. Aceitei falar aqui, porque ao fazer uma análise, considerei todas as perguntas muito bacanas e sem desrespeito algum.
 
UOL Esporte: E quando o André parar de jogar?
Darlei Barbosa: Quando ele parar de jogar? Não quero pensar nisso. Confesso que não estou preparado e nem tenho como me preparar para viver tal tempo. Sei que faz parte da vida ele aposentar, mas eu me acostumei com ele. Não sei o que vai acontecer comigo.
 
UOL Esporte: Você conhece algum fã como você de outro jogador?
Darlei Barbosa: Não, não conheço, mas também não me vejo como um "super fã". Meu carinho pelo André é natural, porém imenso.
 
UOL Esporte: Vendo seu relato, é como se o André Lima fosse parte da sua família...
Darlei Barbosa: Pode parecer loucura, mas André é a principal parte da minha família, mesmo não tendo ligação de parentesco nenhuma comigo. É um carinho sem má intenção nenhuma, quero apenas vê-lo bem e valorizado. André, juntamente com o tempo, construíram isso.