Chulapa detona ambiente da seleção de 82: "coletivamente era uma desgraça"

Em entrevista exibida na noite desta terça pelo programa Resenha Bandsports, o ex-atacante Serginho Chulapa contou bastidores da até hoje elogiada seleção brasileira da Copa de 1982. Apesar de o futebol do time encantar durante o Mundial da Espanha, o atual auxiliar do Santos afirmou que, para ele, o grupo só era brilhante individualmente: "coletivamente, era uma desgraça". À atração do canal esportivo da Band, disse que não havia união no elenco.

"O ambiente não era legal. Quem ficava fora, o Edinho eu já falei, e outros do Rio de Janeiro e de outros estados. Não tava legal. Pressão pra jogar outro, pressão pra jogar um. Eu tô falando o que eu vi. Os que jogavam estava tudo certo. Problema era alguns de fora que estavam fazendo pressão pra jogar", contou.

Segundo o ex-jogador, as vitórias em campo naquela Copa encobriam esses problemas: "vinha ganhando, tampava tudo, só dando espetáculo, não sei o quê e festa. Futebol às vezes não é por aí. Pra mim, só foi individualmente melhor. Time que não se fecha, não vai. Não tinha união, não. Isso é história. Deu no que deu contra a Itália."

"O empate era nosso, empatamos duas vezes. Podia falar: 'pessoal, vamo voltar aqui, o empate é nosso, calma'. Aí...vamo pra frente, vamo pra frente. Foi um castigo. Podia estar jogando até hoje: eles 1000, e a gente 999, essa é a realidade. Outra coisa, time deles era bom pra caramba, também. Extraordinária seleção italiana e não à toa foi a campeã. Foi todo mundo culpado, eu também", acrescentou.

"Nego fala até hoje de 82. Pra mim, individualmente espetacular, mas coletivamente uma desgraça”, resumiu.

Segundo relato da entrevista no site do programa do Bandsports, embora Chulapa não tenha dado todos os nomes dos reservas que, segundo ele, rachavam aquele grupo (citou apenas Edinho, hoje comentarista do Sportv), um dos grandes desagregadores ali seria o então atacante do Vasco, Roberto Dinamite, que teria feito pressão para pegar a sua vaga de titular.