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Caciques do Fla tentam unir chapas por reeleição. Mas guerra só aumenta

Márcio Braga, Hélio Ferraz, Patricia Amorim e Kleber Leite se reúnem nesta terça - Folha Imagem, Fla Imagem, Pedro Ivo Almeida/UOL e Vinicius Castro/UOL
Márcio Braga, Hélio Ferraz, Patricia Amorim e Kleber Leite se reúnem nesta terça Imagem: Folha Imagem, Fla Imagem, Pedro Ivo Almeida/UOL e Vinicius Castro/UOL

Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

11/08/2015 06h10

Entender a divisão política do Flamengo e tentar unir a Chapa Azul. Com estes objetivos, ex-presidentes e rubro-negros ilustres se reúnem na noite desta terça-feira (11). A guerra entre situação e dissidentes só aumenta, mas conhecidos caciques da Gávea jogam todas as fichas para apaziguar os ânimos em busca de um processo eleitoral tranquilo.

A ideia do encontro partiu do ex-vice de relações externas, Flávio Godinho. Ele convidou os flamenguistas para um jantar no bairro do Leblon, zona sul do Rio de Janeiro. Os ex-presidentes Márcio Braga, Kleber Leite, Hélio Ferraz, George Helal, Antônio Augusto Dunshee de Abranches, Gilberto Cardoso Filho e Patricia Amorim estarão presentes. Figuras influentes como Plínio Serpa Pinto e Humberto Motta também foram chamadas.

Boa parte dos convidados colaborou para a eleição da Chapa Azul em 2012. Por conta da candidatura impugnada de Wallim Vasconcellos, o atual presidente Eduardo Bandeira de Mello herdou a cadeira e decidiu concorrer ao pleito em dezembro próximo. Insatisfeitos, nomes importantes romperam com a gestão e lançaram a chapa “Vencer, Vencer, Vencer”. A "troca de farpas" começou e piora a cada semana.

A união faz parte do passado. Wallim, Rodolfo Landim e Luiz Eduardo Baptista, o Bap, comandam a corrente dissidente e não poupam Bandeira de Mello em cima do discurso de que o Rubro-negro não terá apenas um “salvador da pátria”. A divisão é exatamente o que alguns ex-presidentes desejam evitar, já que dizem acreditar que o Flamengo só perde com a guerra nos bastidores.

“A nossa missão é fazer com que isso termine em paz. É a melhor solução para o Flamengo. São raros os talentos no mundo. É triste acompanhar a divisão de um clube, com Bap e Flávio Godinho longe. Um Plínio Serpa Pinto jogado fora. A nossa tentativa é para encontrar uma solução ou pelo menos uma convivência sadia”, afirmou Kleber Leite.

Embora o desejo de reverter a divisão da Chapa Azul seja considerável, sabe-se que o clima está cada vez mais pesado dos dois lados. Sendo assim, dificilmente o que se desenha para a eleição de dezembro será modificado.

“É uma hipótese, não podemos desperdiçá-la. Temos tempo para tentar mudar até o final de setembro. Todos são rubro-negros e têm como ideal o bem do clube. Hoje é mais difícil unir a chapa do que era há 15 dias. E vai ficar pior com o passar dos dias”, comentou Hélio Ferraz.

Márcio Braga é alvo dos dois lados

Presidente mais vitorioso da história do Flamengo, Márcio Braga se transformou em alvo dos dois lados da Chapa Azul. Se foi criticado na eleição passada, o ex-mandatário surgiu como trunfo fundamental para o pleito. Ele atendeu ao convite de Godinho, porém, sem deixar de questionar o que foi dito pelos “azuis” sobre os ex-cartolas rubro-negros.

“Eu não sou da Chapa Azul e deixo que os brancos se entendam. É lógico que esse racha não é positivo para o Flamengo. Imagine só. Eles conduziram muito bem a administração financeira, mas foram um desastre absoluto no futebol. Isso deve piorar ainda mais estando desunidos. Já fui chamado para conversar com o Wallim, o Bap e pelos meninos que apoiam o Bandeira. Não tenho muito o que fazer e vou escutar o que eles têm a dizer na reunião. Este grupo sempre rejeitou o passado do Flamengo, mas agora quer nos ouvir. Direi isso na cara quando for perguntado. É sempre assim. Correm atrás quando precisam de votos”, encerrou Braga.

Além de Bandeira de Mello e Wallim Vasconcellos, Cacau Cotta e Lysias Itapicurú confirmaram as candidaturas naquela que promete ser a eleição mais disputada dos últimos anos na Gávea.